BC pode interromper cortes de juros para avaliar resultados, diz Ilan

Presidente de instituição diz que tempo permitirá entender efeitos de estímulos na economia

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O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. em Brasília
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. em Brasília - Sergio Lima/AFP
 
São Paulo

A taxa de juros ainda deverá sofrer um corte no próximo encontro do Copom, mas há uma perspectiva de que essa queda seja interrompida por algumas reuniões para avaliar com mais calma os impactos de longo prazo da redução, afirmou o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, nesta terça-feira (3). 

"Se as condições permanecerem, imaginamos como mais provável uma nova redução da taxa de juros para garantir uma trajetória em direção às metas. Mas, olhando para o futuro, achamos que pode haver uma interrupção da queda, uma pausa de algumas reuniões, para avaliar defasagens", disse ele, em um evento do banco Bradesco, em São Paulo.

Ele não especificou quando essa interrupção ocorreria. 

Para ele, os estímulos da redução da Selic e de incentivos aos investimentos levam algum tempo para fazerem efeito, o que gera uma incerteza sobre seu impacto. 

"Pode levar seis meses, nove meses. Mas essa estimativa pode ser mais curta, mais longa, e só vai descobrir isso no futuro., Há uma incerteza. Achamos que vai precisar um tempo, uma pausa de algumas reuniões, para observar essas defasagens", completou. 
  
Na última reunião do Copom, em 22 de março, o BC cortou a taxa a 6,5% ao ano e surpreendeu ao sinalizar mais uma redução. 

A inflação medida pelo IPCA ficou em 2,86% nos 12 meses até fevereiro. A taxa está bastante abaixo da meta definida para este ano. 

"Temos riscos dos dois lados: de ficar abaixo do que se imagina, e de ficar acima. Mesmo com a recuperação da economia, pode ser que [a inflação] fique baixa, e caberá ao Banco Central agir para que fique dentro da meta."

O maior risco, diz ele, é uma interrupção das reformas, especialmente se esta for complementada por uma mudança no cenário internacional, cuja recuperação atual é favorável ao Brasil, segundo Goldfajn. 

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