Brasil ainda avalia disputa EUA-China, diz Maggi

A soja é o principal produto de exportação do Brasil e a China o principal cliente

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Ministro da Agricultura, Blairo Maggi - Ueselei Marcelino / Reuters
Brasília | Reuters

O Brasil, maior exportador global de soja e carnes de frango e bovina, ainda não tem estimativas de quanto poderá ganhar com um acirramento da disputa comercial entre a China e os Estados Unidos, que anunciaram tarifas retaliatórias recíprocas, disse o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, a jornalistas nesta quinta-feira (5).

A China anunciou na véspera taxas a produtos norte-americanos, incluindo soja, milho, algodão, etanol e carne bovina, em resposta a medidas semelhantes dos EUA.

Segundo especialistas ouvidos pela agência Reuters, a soja brasileira deverá ser beneficiada com a disputa comercial entre norte-americanos e chineses.

A oleaginosa é o principal produto de exportação do Brasil, que tem na China --maior comprador global do grão-- seu principal cliente.

"Não temos cálculo ainda do benefício da taxação da China aos produtos americanos... Não sabemos ainda a dimensão disso tudo", declarou Maggi, ao ser questionado sobre o assunto.

Ele disse que o Brasil "é um país confiável para fornecimento de alimentos para China".

As declarações foram feitas durante um evento em Brasília para celebrar o reconhecimento do país como livre de febre aftosa com vacinação.

Segundo Maggi, o Brasil deverá avançar em mercados que pagam mais pela carne brasileira com tal reconhecimento.

O país deverá ser reconhecido como livre de aftosa com vacinação em maio, durante assembleia geral da Organização Mundial de Saúde Animal, em Paris.

Em cerimônia com a presença do presidente Michel Temer, Maggi não elaborou sobre sua afirmação relativa a mercados que pagam mais pela carne, em um momento em que o Brasil segue enfrentando algumas barreiras consideradas técnicas para exportar a carne bovina in natura para os Estados Unidos, devido a problemas sanitários registrados no ano passado.

BRF

Maggi afirmou também que o governo brasileiro não tem previsão do fim de um "auto-embargo" estabelecido pelo Ministério da Agricultura a unidades da BRF na exportação de carnes de aves.

A medida, que afeta dez fábricas da companhia nos Estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Paraná e Goiás, deve-se a questões sanitárias questionadas pela UE.

Diante do "auto-embargo", a BRF vai dar férias coletivas de 30 dias a mais 3,5 mil funcionários nas unidades produtivas de Rio Verde (GO) e Carambeí (PR) a partir de 14 e 21 de maio, respectivamente, elevando o total de empregados afetados por medidas de ajuste de produção para cerca de 7 mil.

Granja da BRF em Carambeí (PR) - Adriano Vizoni / Folhapress

Além das unidades de Rio Verde e Carambeí, a BRF já havia decidido por ajustes de produção nas unidades de Capinzal (SC) e Mineiros (GO).

"Devo ir a Bruxelas neste final de semana e vamos discutir lá com autoridades sanitárias", disseMaggi, ressaltando que ainda não há como adiantar os resultados de sua missão.

AFTOSA

O ministro disse ainda que o Brasil deve avançar em mercados que pagam melhor pela carne brasileira com o reconhecimento de país como livre de aftosa com vacinação.

O país, maior exportador de carne bovina, deverá ser reconhecido como livre de aftosa com vacinação em maio, durante assembleia geral da Organização Mundial de Saúde Animal, em Paris.

Em cerimônia com a presença do presidente Michel Temer, Maggi não elaborou sobre sua afirmação relativa a mercados que pagam mais pela carne, em um momento em que o Brasil segue enfrentando algumas barreiras consideradas técnicas para exportar a carne bovina in natura para os Estados Unidos, devido a problemas sanitários registrados no ano passado.

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