Estado não será motor da economia, diz novo ministro do Planejamento

Colnago ainda afirmou que meta de rombo menor em 2019 ainda está sob avaliação

Cerimônia de posse de novos ministros do governo de Michel Temer - Pedro Ladeira/Folhapress
Maeli Prado
Brasília

Ao tomar posse, o novo ministro do Planejamento, Esteves Colnago, lembrou que a situação fiscal é frágil e defendeu, nesta terça-feira (10), que é necessário perseverar nas medidas mais duras tomadas pela equipe econômica, como controle de gastos e redução do tamanho da máquina pública. 

Defendeu ainda maior participação da iniciativa privada na retomada da economia. 

"A economia está em recuperação em um momento em que a situação fiscal é muito frágil", afirmou, durante a cerimônia em que recebeu o comando da pasta do seu antecessor, Dyogo Oliveira, que assumiu a presidência do BNDES. "Muitas medidas são duras, mas é preciso perseverar".

Ele defendeu que a iniciativa privada precisa ser estimulada a "tomar seu lugar no novo ciclo de crescimento". 

"O Estado de hoje, por algum tempo, não conseguirá ser o motor desse novo ciclo. Isso não parece estar claro para a sociedade. O Estado precisa fortalecer seu papel de regulador, o que passa particularmente pelo fortalecimento das agências reguladoras e do Banco Central", afirmou, durante a cerimônia em que recebeu o comando da pasta do seu antecessor, Dyogo Oliveira, que assumiu a presidência do BNDES. 

Ele declarou ainda que o Estado precisa reavaliar seu papel de provedor de bens e serviços. 

"O Estado, até pela situação fiscal, deve se restringir a fornecer bens e serviços de alto interesse da sociedade e de difícil oferta pela iniciativa privada. Mercados como o de energia já têm maturidade e atratividade suficientes para serem ofertados para a iniciativa privada, sendo o Estado, em alguns casos, em vários casos, o empecilho ao pleno desenvolvimento dos mesmos."

META

Colnago disse também que a equipe econômica ainda avalia se será possível traçar uma meta de deficit primário (receitas menos despesas antes do pagamento de juros) menor para 2019.

A LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) do ano que vem será entregue até esta sexta-feira (13). A meta projetada para 2019 é de um rombo de R$ 139 bilhões, mas chegou-se a discutir a possibilidade de reduzir o deficit esperado.

"Estamos discutindo os números", disse. "A premissa é que vamos ser os mais prudentes possível. Eventualmente pode reduzir, até porque teremos um novo presidente. Não podemos criar um desafio que não se justifique", disse. "Uma das possibilidades é que, se os números forem melhores, reduzir a meta. Mas não vamos tomar decisão que não passe por um análise prudencial".

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