O atraso nas negociações do Rota 2030 é negativo e poderá levar a empresa a repensar seus investimentos no futuro, afirmou Pablo Di Si, presidente da Volkswagen no Brasil e na América Latina.
"Tivemos uma reunião em Brasília em fevereiro e achava que seria aprovado no primeiro trimestre. Quando mudam as regras do jogo não é positivo", disse, nesta terça-feira (3), em evento em São Paulo.
O Ministério da Indústria busca um novo formato para o programa de incentivos ao setor automotivo, o Rota 2030.
Diante da resistência do Ministério da Fazenda em conceder benefícios ao setor, a tentativa agora é emplacar uma transição de três anos para a adaptação das montadoras a um ambiente sem incentivos tributários no investimento em inovação.
"Não vou parar de investir os R$ 7 bilhões [plano de aportes já anunciado pela montadora no Brasil], mas, nos próximos investimentos, vamos repensar", completou.
Di Si afirmou que ainda espera que um acordo saia em abril. "Sou otimista."
Questionado sobre a proposta de transição de três anos dos benefícios, ele diz que uma política industrial teria que durar, no mínimo, dez anos, que é o prazo de planejamento de investimentos das empresas.
O executivo ainda questionou a ideia de ampliar a Lei do Bem.
"Não sei os detalhes da negociação, mas a Lei do Bem se aplicaria a todo o país, o número [de empresas que se beneficiariam de isenções] seria muito maior."
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