Mudança no Rota 2030 pode fazer VW repensar investimentos no Brasil, diz presidente

Executivo manterá atual investimento de R$ 7 bilhões e ainda espera que acordo saia neste mês

Presidente-executivo da Volkswagen na América Latina e no Brasil, Pablo Di Si - Adriano Vizoni-14.dez.2017 /Folhapress
Taís Hirata
São Paulo

O atraso nas negociações do Rota 2030 é negativo e poderá levar a empresa a repensar seus investimentos no futuro, afirmou Pablo Di Si, presidente da Volkswagen no Brasil e na América Latina.

"Tivemos uma reunião em Brasília em fevereiro e achava que seria aprovado no primeiro trimestre. Quando mudam as regras do jogo não é positivo", disse, nesta terça-feira (3), em evento em São Paulo.

O Ministério da Indústria busca um novo formato para o programa de incentivos ao setor automotivo, o Rota 2030.

Diante da resistência do Ministério da Fazenda em conceder benefícios ao setor, a tentativa agora é emplacar uma transição de três anos para a adaptação das montadoras a um ambiente sem incentivos tributários no investimento em inovação.

"Não vou parar de investir os R$ 7 bilhões [plano de aportes já anunciado pela montadora no Brasil], mas, nos próximos investimentos, vamos repensar", completou.

Di Si afirmou que ainda espera que um acordo saia em abril. "Sou otimista."

Questionado sobre a proposta de transição de três anos dos benefícios, ele diz que uma política industrial teria que durar, no mínimo, dez anos, que é o prazo de planejamento de investimentos das empresas.

O executivo ainda questionou a ideia de ampliar a Lei do Bem. 

"Não sei os detalhes da negociação, mas a Lei do Bem se aplicaria a todo o país, o número [de empresas que se beneficiariam de isenções] seria muito maior."

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