Oi prevê injeção de capital de R$ 4 bilhões só para fim de 2018

Companhia ainda depende de receita de pré-pagos e quer aumentar investimentos

Orelhões da Oi em frente a uma loja da empresa, em foto de dezembro de 2017
Orelhões da Oi em frente a uma loja da empresa, em foto de dezembro de 2017 - REUTERS
Natália Portinari
São Paulo

A injeção de capital na Oi, prevista no plano de recuperação judicial aprovado pelos credores em dezembro do ano passado, só deve se concretizar no fim deste ano.

Segundo o diretor comercial da empresa, Bernardo Winik, a emissão de ações deve acontecer ainda no segundo trimestre deste ano, mas a capitalização só terá efeito no caixa no último trimestre.

“Não estamos esperando o capital para investir”, diz Winik em evento nesta terça-feira (17). “No ano passado, fizemos uma gestão com caixa muito apertado, mas aumentamos muito os investimentos.” O acréscimo foi de 16% em relação a 2016.

Em março, o conselho de administração da companhia aprovou a emissão de 1,04 bilhão a 1,76 bilhão de ações ordinárias. Com isso, a expectativa é levantar R$ 4 bilhões para a empresa.

Neste ano, vai ocorrer, ainda, uma conversão de dívida em ações, ao preço de R$ 7 por ação, que deve levantar até R$ 11 bilhões para a companhia.

A meta para o investimento em bens de capital, após a aprovação do plano, é de R$ 7 bilhões ao ano. A Oi depende desse aporte para se manter competitiva, já que vem crescendo apenas em clientes de televisão, e perdendo usuários em outros serviços.

Em 2017, a operadora investiu R$ 5,6 bilhões, registrou queda de 7,8% em sua receita e sofreu prejuízo de R$ 3,69 bilhões. O balanço foi divulgado na última quinta-feira (12). 

PRÉ-PAGOS

A Oi tem a fatia de clientes pré-pagos mais alta no mercado. Em fevereiro de 2018, eram 76% das linhas, uma proporção que se manteve estável desde 2015, enquanto clientes de outras operadoras migraram para o pós. Na Vivo, são apenas 50% atualmente. 

Para Winik, a receita do pré-pago deve continuar crescendo, apesar de a tendência no país ser o desligamento de chips. As linhas pré-pagas caíram 9,8% no Brasil em 2017, e 9,3% entre os clientes da Oi.

“A questão do pré-pago tem muito a ver com a curva de desemprego do país, então acreditamos que a operadora vai ver um aumento de receita no pré-pago com a recuperação da economia”, diz Winik.

Em evento nesta terça, a empresa anunciou novos planos pós-pagos para famílias, em que o cliente pode fazer o compartilhamento de internet com até quatro dependentes. 

Erramos: o texto foi alterado

Diferente do informado na primeira versão deste texto, o preço de R$ 7 por ação é da conversão de dívida em ações da Oi, e não da emissão de novos papéis.

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