Por interação, faculdade põe aluno em arquibancada

ESPM investe R$ 17 milhões para criar ambiente que estimula a versatilidade do estudante

Joana Cunha
São Paulo

Para se adaptar ao perfil do aluno contemporâneo e se alinhar ao ensino da era digital, a faculdade ESPM demoliu as antigas salas de aula de um de seus prédios no bairro paulistano da Vila Mariana e começou tudo de novo.

Novas instalações da ESPM em São Paulo têm carteiras com rodinhas e arquibancadas - Adriano Vizoni/Folhapress


A escola, que forma seus alunos em comunicação, propaganda e marketing —áreas cujos mercados de trabalho vêm sofrendo com mais força os efeitos da evolução tecnológica—, investiu R$ 17 milhões em mudanças na arquitetura e no ensino.

A ideia é aprofundar as competências de trabalho em equipe, a capacidade de pesquisa e a gestão de dados. Todos os cursos, independentemente da área, darão conceito de programação aos alunos. No segundo semestre, começam novos cursos de pós-graduação com o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e com a IBM.

A percepção de que o mercado de trabalho está se transformando e que no futuro haverá profissões que hoje nem sequer existem impulsionou a instituição a preparar alunos com versatilidade para atuar em diferentes áreas de conhecimento.

“As empresas já têm profissionais de determinada formação trabalhando em outra área. Por isso temos de ajudar o aluno a desenvolver atitudes para trabalhar em equipe, continuar aprendendo pela vida toda, saber fazer pesquisa e saber onde buscar o conhecimento”, diz Dalton Pastore, presidente da ESPM. 

Inauguradas em março, as novas instalações têm uma arquitetura preparada para atender a tais necessidades, além de paredes com muitas tomadas disponíveis para carregar smartphones. 

Os corredores foram alargados para comportar pequenas arquibancadas que proporcionam integração entre os estudantes. 

As salas de aula agora têm carteiras com rodinhas, que podem ser acopladas umas às outras para facilitar trabalho em grupo. Segundo Pastore, a internet nos celulares elevou o questionamento por parte dos alunos e exigiu dinamismo dos professores. 

“Antes de abrir o prédio, fizemos uma academia de tecnologia para os professores aprenderem a usar. O professor vem com a matéria no celular, entra na sala, que reconhece o celular dele e projeta o conteúdo nas telas.” 

Para isso também foram montadas diversas salas de reunião no piso da biblioteca, junto de um ambiente para a criação de games.

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