Retomada do financiamento à infraestrutura será por mercado de capitais, diz Trabuco

Presidente do Conselho do Bradesco afirmou que discussão sobre privatizações é fundamental

Luiz Carlos Trabuco, presidente do Conselho de Administração do Bradesco
Luiz Carlos Trabuco, presidente do Conselho de Administração do Bradesco - Leon Rodrigues/Secom
FLAVIA LIMA
São Paulo

A política de subsídios nos financiamentos aos setor privado retardou o desenvolvimento do mercado de capitais, que agora será o principal responsável pelos novos financiamentos de projetos em infraestrutura, disse nesta terça (3) Luiz Carlos Trabuco, presidente do conselho de administração do Bradesco, segundo maior banco privado do país. 

“Os novos investimentos em infraestrutura terão que ser feito via mercado de capitais”, disse Trabuco ao ser questionado se o setor financeiro estaria preparado para alavancar o investimento em infraestrutura. O executivo participou do Fórum Estadão.

Trabuco disse ainda que a discussão sobre as privatizações é “fundamental”. “A sociedade não aceita com toda sinceridade o investimento privado”, disse ele. 

VACA SAGRADA

Presente no mesmo evento, a ex-diretora do BNDES e ex-presidente do conselho da Eletrobras, Elena Landau, disse que todas as empresas estatais têm que ser colocadas na discussão de privatização. 

“Acabou essa história de vaca sagrada”, afirmou em referência a Petrobras, Banco do Brasil e Eletrobras.

Segundo ela, não há mais possibilidade de o Estado estar na economia e o exemplo mais claro disso seriam as mudanças recentes feitas na direção da Caixa econômica federal.  

“Como se tivesse competência pra ser presidente de uma instituição financeira e ministro da saúde”, disse, referindo-se a Gilberto Occhi, que deixou a presidência da Caixa e assumiu a pasta de Saúde. 

Landau fez duras críticas também à estatal de infraestrutura ferroviária Valec (“para que seria se não para desviar recursos públicos desde o início de sua existência”), e à Eletrobras. 

“O fogo amigo está segurando a privatização da Eletrobrás. O discurso a favor da privatização é para fora. Da porta pra dentro não há vontade política, disse. Segundo a economista, o equívoco vem do próprio PSDB, que durante anos deixou de defender seu legado. 

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