Saldo de emprego formal é positivo em 56,1 mil; comércio fecha 5,8 mil vagas

Setor que mais gerou postos com carteira foi serviços, com 57,3 mil empregos

Carteira de trabalho e previdência social
Carteira de trabalho e previdência social - Gabriel Cabral/Folhapress
Brasília

Os dados de geração de emprego formal no país em março, divulgados nesta sexta-feira (20) pelo Ministério do Trabalho, mostram desaleração da criação de vagas na comparação com janeiro e fevereiro, indicando que o mercado de trabalho pode estar perdendo ímpeto em meio à aceleração mais tímida da atividade econômica neste início de ano.

Foram 56,1 mil novos postos de trabalho com carteira assinada, abaixo do saldo positivo registrado em janeiro (82,8 mil) e fevereiro (65 mil), de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados)

Apesar disso, foi o melhor março desde 2013, e o primeiro positivo desde 2015.  No mesmo mês do ano passado, o saldo foi negativo em 63,6 mil vagas, na série sem ajuste. 

No acumulado do ano, foram geradas 204 mil vagas com carteira, um crescimento de 0,54% na comparação com o mesmo período do ano passado. 

O setor que mais gerou vagas foi serviços, com um saldo positivo de 57,3 mil empregos formais. 

Em segundo lugar, vem indústria de transformação (+10,4 mil), construção civil (7,7 mil) e administração pública (3,6 mil).

Por outro lado, registraram fechamento líquido de vagas os setores da agropecuária (-17.827 postos) e comércio (-5.878).

Na esteira da recente reforma trabalhista, foram abertos 3.199 empregos de trabalho intermitente e 3.193 vagas em regime de tempo parcial. Já os desligamentos mediante acordo entre empregador e empregado, possibilitados também aberta pela reforma, chegaram a 13.522 no mês.

Os efeitos da reforma, contudo, devem cair em incerteza jurídica daqui para frente, com a provável queda da Medida Provisória 808, que regulamentou pontos da reforma trabalhista.

Para não caducar, o texto precisa ser aprovado até a próxima segunda-feira (23). No entanto, a proposta sequer ganhou relator em comissão mista. Depois de obter o aval do colegiado, a MP ainda teria que passar pela Câmara dos Deputados e pelo Senado.

Foi a MP que estabeleceu a previsão de que as novas regras se aplicariam a todos os contratos vigentes, incluindo aqueles firmados antes da reforma entrar em vigor. O texto também regulou uma série de outros itens, como a transição do contrato de trabalho padrão para o intermitente.

Questionado a respeito do tema, o ministério do Trabalho não comentou, limitando-se a dizer que o assunto cabe à Casa Civil.

Apesar dos números positivos do Caged no ano, o mercado de trabalho brasileiro vem mostrando sinais ainda acanhados de recuperação, com taxa de desemprego elevada e mais de 13 milhões de pessoas sem trabalho.

No trimestre encerrado em fevereiro passado, dado mais recente, a Pnad Contínua mostrou que o desemprego subiu a 12,6%, num sinal da irregular retomada da economia.

Com a Reuters

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