Usiminas reativa forno em Minas Gerais para atender maior demanda por aço

Equipamento ficou em reforma durante nove meses antes de ser religado

Produção de aço: Usiminas reativou forno em Minas Gerais
Produção de aço: Usiminas reativou forno em Minas Gerais - REUTERS
Reuters

A Usiminas reativou nesta terça-feira (17) o alto forno 1 da Usina de Ipatinga, em Minas Gerais, que estava desligado desde 2015, devido à queda na demanda por aços planos no mercado brasileiro.

Com a recuperação do consumo de aço, puxada em grande parte pelo setor de veículos, que interrompeu no ano passado sequência de quatro anos de queda nas vendas no país e projeta crescimento para 2018, a Usiminas decidiu reativar o equipamento.

O alto forno 1 tem capacidade para 650 mil toneladas anuais de ferro gusa e faz parte de um complexo siderúrgico que tem outros dois alto fornos, numa capacidade anual total de 3,65 milhões de toneladas.
Com a reativação do equipamento de 30 metros de altura, a Usina de Ipatinga volta a operar com carga completa de gusa e placas, reduzindo a exposição da empresa à compra de placas de terceiros.

"Já estamos em processo de construção de um novo planejamento estratégico para os próximos cinco anos... A reativação do alto forno é mais um indicativo da curva ascendente de recuperação da empresa", disse o presidente da Usiminas, Sergio Leite, em comunicado.

Às 12h42 as ações da Usiminas tinham alta de cerca de 3,68%, liderando os ganhos do Ibovespa, que avançava 1,12%.

REFORMA

Segundo a Usiminas, o alto forno 1 ficou em reforma durante nove meses antes de ser religado, trabalho que consumiu R$ 80 milhões em investimentos. A decisão de religamento foi tomada em maio do ano passado.

O alto forno 1 está em operação desde 1962 e já produziu mais de 29,5 milhões de toneladas de ferro gusa. A empresa programou para 2025 uma reforma geral do equipamento, que foi reformado totalmente pela ultima vez em 1997.

A Usiminas produziu no ano passado 3 milhões de toneladas de aço bruto, queda de 4% na comparação anual. Além do complexo em Ipatinga, a empresa possui uma usina em Cubatão (SP) que desde o início de 2016 teve sua produção de aço bruto paralisada diante dos efeitos da recessão brasileira sobre o consumo de aço no país.

No total, a capacidade de produção da companhia é de 9,5 milhões de toneladas anuais, a maior de aços planos do país.

Em fevereiro, o vice-presidente financeiro da Usiminas, Ronald Seckelmann, afirmou que a empresa prevê investir este ano R$ 500 milhões, mais do que o dobro do aplicado em 2017.

A produção de veículos do Brasil subiu quase 15% no primeiro trimestre, para 267,5 mil unidades, e a previsão das montadoras para todo 2018 é de crescimento de 13%, para 3,05 milhões de veículos.

Também de olho no potencial aumento de demanda por aço plano no Brasil este ano, a CSN, rival da Usiminas, planeja uma reforma em alto forno de sua usina em Volta Redonda (RJ) em setembro, que ampliará a capacidade do equipamento em 15%, ou 400 mil toneladas adicionais de placas por ano.

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