Descrição de chapéu Vale

Vale fecha primeiro trimestre com menor investimento em 13 anos

Lucro foi de R$ 5,1 bi no 1º trimestre de 2018, queda de 35,2% em relação ao mesmo período de 2017

Vista da sede da Vale no centro do Rio de Janeiro - Pilar Olivares / Reuters
Nicola Pamplona
Rio de Janeiro

A Vale anunciou lucro de R$ 5,1 bilhões no primeiro trimestre de 2018, queda de 35,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, como resultado de maiores despesas, perdas com variações cambiais e pagamento de tributos. 

No trimestre, a Vale teve o menor nível de investimentos para os três primeiros meses do ano desde 2005, como parte de sua estratégia para melhorar o retorno aos acionistas, anunciada após a divulgação do balanço de 2017.

A companhia investiu US$ 890 milhões, o equivalente a R$ 2,9 bilhões, ao câmbio do encerramento do trimestre. Para o ano, a previsão é de US$ 3,8 bilhões (ou R$ 12,5 bilhões).

O corte nos investimentos se dá após a conclusão do projeto S11D, o maior empreendimento recente da mineradora, que entrou em operação no fim de 2016 e consumiu cerca de US$ 14 bilhões.

A estratégia atual é "respirar um pouco", segundo disse no início do ano o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, e priorizar o retorno aos acionistas: este ano, a empresa já anunciou a distribuição de R$ 4,7 bilhões em dividendos.

No primeiro trimestre, a empresa teve receita líquida de R$ 27,9 bilhões, alta de 4,45% com relação ao primeiro trimestre de 2017. A geração de caixa medida pelo Ebitda, porém, caiu 4,7%, para R$ 12,9 bilhões.

O custo dos produtos vendidos cresceu 14,1%, para R$ 16,9 bilhões, reduzindo a margem bruta da empresa, de 44,4% no primeiro trimestre de 2017 para 39,2%.

Em comunicado distribuído nesta quarta (25) para apresentar o balanço, o presidente da Vale disse que a empresa "mostrou notável flexibilidade e uma ótima performance durante um primeiro trimestre muito complexo".

"Estamos bem posicionados para gerar retornos significativos aos nossos acionistas, alavancando nosso portfólio de produtos premium e flexível", afirmou Schvartsman.

A empresa continua em processo de redução de sua dívida, que caiu 18% em relação ao quarto trimestre de 2017, para US$ 14,9 bilhões, o menor nível desde o segundo trimestre de 2011.

"No curto prazo, atingiremos a meta de US$ 10 bilhões de dívida líquida e nosso sólido balanço e forte geração de caixa nos permitirão aumentar substancialmente a remuneração aos acionistas", disse, no documento, o diretor financeiro da companhia, Luciano Siani Pires.

Do total investido pela mineradora no primeiro trimestre, 40,5% foram destinados a execução de projetos e o restante, a manutenção das operações.

A companhia diz que, desconsiderando fatores não recorrentes como a revisão contábil do valor de ativos, o lucro seria de R$ 5,8 bilhões.

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