Motorista de Uber há quatro meses, o ex-taxista Marcos Vinícius Fernandes, 29, ri sozinho ao dirigir por uma São Paulo sem trânsito nesta terça-feira (29) de manhã.
“Está uma maravilha. Estou adorando a greve”, confessa, antes de emendar: “Os caminhoneiros vão me bater”.
Pudera. Em dois dias (sexta e domingo), trabalhando seis horas em cada, ele ganhou R$ 800. Em geral, faz R$ 1.000 em sete dias com 12 horas de jornada.
Nestes dias de pouca oferta, a Uber aumenta às vezes mais de duas vezes a tarifa cobrada do passageiro.
Fernandes calcula que faturou R$ 1.400 desde sábado retrasado, dia 19, quando começou a greve.
Encheu o tanque quatro vezes, gastando R$ 600 no total. Onde? “Um amigo sai procurando combustível em Itaquaquecetuba, Guarulhos, São Paulo, pega a fila [do posto], enche o porta-malas de galões e revende pelo mercado paralelo.”
O motorista diz que o amigo compra o litro de gasolina por R$ 4,50 e revende por R$ 5. “Sem nota, sem nada.”
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