Descrição de chapéu greve dos caminhoneiros

Brasília tem filas quilométricas e postos sem combustível

Moradores da Asa Norte encontraram uma fila de quase cinco quilômetros para abastecer

Fila para posto de combustível
Motoristas enfrentam enormes filas em postos de Brasília - Pedro Ladeira/Folhapress
Bernardo Caram
Brasília

O Distrito Federal amanheceu nesta quinta-feira (24) com filas quilométricas e horas espera para o motorista que precisava abastecer o carro.

Com a greve dos caminhoneiros, alguns postos de Brasília e das chamadas cidades satélite ainda tiverem os estoques de combustível zerados e, sem previsão de nova entrega, tiveram que encerrar as atividades.
Moradores da Asa Norte, no plano piloto da capital, encontraram uma fila de quase cinco quilômetros para abastecer.

A fila terminava em um posto que vendia o litro da gasolina a R$ 2,98, iniciativa que fazia parte do "dia sem imposto", um protesto contra a carga tributária do país. Nos outros estabelecimentos da capital, também com fila, a gasolina é vendida a valores próximos de R$ 5 por litro.

O professor Paulo Francisco Seabra disse que entrou na fila às 4h30. Conseguiu abastecer cinco horas depois.

"A greve traz transtorno mas é necessária. O preço está muito alto. O custo da Petrobras é em real, mas o preço é dolarizado, um absurdo", disse.

Em Águas Claras, a cerca de 20 quilômetros de Brasília, motoristas também enfrentaram fila e começam a se deparar com o desabastecimento. 

Um posto em uma das vias de acesso à região vendeu todo o estoque de gasolina, álcool e diesel. Sem previsão de chegada dos caminhões tanque, teve que fechar nesta quinta.

"Enquanto isso, é esperar. Não tem como trabalhar", afirmou o sub-gerente do posto, Marcelo Macedo.

Bloqueio

No Setor de Indústria e Abastecimento, motoristas de aplicativos, ônibus escolares e vans, além de motoboys e caminhoneiros, bloquearam os acessos à distribuidora da Petrobras.

De acordo com um dos organizadores do movimento, o motorista Hildo Moura, o grupo só sairá do local após uma redução consistente no preço dos combustíveis em todo o país. Segundo ele, a baixa provisória do preço do diesel pela Petrobras não convenceu.

"Eles querem fazer o que sempre fizeram. Anunciam isso para desmobilizar o Brasil inteiro e depois volta a ser como era. Desta vez, não vamos permitir", disse.

No local, policiais militares ameaçaram prender manifestantes que soltarem fogos de artifício, devido ao risco de incêndio.

Os policiais também tentam negociar a saída de caminhões destinados a abastecer ambulâncias. Porém, os manifestantes afirmaram que só vão liberar os veículos se receberem uma ordem judicial.
 

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