Descrição de chapéu greve dos caminhoneiros

Caminhoneiros decidirão em cada local se suspendem paralisação, diz entidade

CNTA diz que acordo só foi assinado para garantir que o governo manteria as propostas

Laís Alegretti Marcelo Toledo
Brasília e Ribeirão Preto

A CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos) divulgou uma nota na manhã desta sexta-feira (25) para dizer que as entidades que participam das negociações com o governo "jamais aceitaram as pressões para suspender a paralisação".

O texto diz ainda que o acordo "só foi assinado para garantir que o governo manteria as propostas caso a categoria aceitasse". 

A entidade, que representa os caminhoneiros autônomos, afirmou ainda que o único compromisso assumido pelas entidades foi o de apresentar as propostas à categoria que está mobilizada nas rodovias “para que cada local decida se isso é suficiente para suspender o movimento ou de continuar”.

"Nosso papel é o de levar as propostas da categoria para que cada grupo de manifestantes decida. Sabemos que nenhuma pessoa ou entidade tem, sozinha, o poder de acabar com essa mobilização e isso sempre foi deixado muito claro para o governo”, diz trecho do comunicado.

A CNTA é uma das entidades que se reuniram com representantes do presidente Michel Temer nesta quinta para tentar solucionar o caso. A nota também foi feita em nome de outras associações que participam das negociações, como Fetrabens (Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Carga em Geral do Estado de São Paulo) e Fetramig (Federação dos Transportadores Autônomos de Cargas do Estado de Minas Gerais).  

“É preciso ressaltar que as entidades desde o início se comprometeram a trabalhar exclusivamente na defesa dos interesses dos caminhoneiros autônomos, sem menosprezar os demais interesses da população. E assim continuaremos na luta por esta categoria”, conclui o comunicado.

Na manhã desta sexta, caminhoneiros autônomos mantiveram o movimento grevista nas rodovias, mesmo após o anúncio do acordo feito na noite de quinta-feira (24) em Brasília.

As entidades dizem que há reivindicações que ainda precisam ser atendidas e destaca a redução de 50% do ICMS sobre o óleo diesel. A expectativa do grupo é que o tema possa ser discutido em reunião do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) ainda nesta sexta. 

O texto diz que o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), participou da mesa de negociação e que se comprometeu em colocar em pauta até a próxima terça-feira (29) um projeto de lei que estabelece a pauta mínima de frete e "colocar com máxima urgência" em votação o texto que zera PIS/Cofins sobre o diesel. 

Com o não cumprimento do acordo por parte dos caminhoneiros, o governo convocou uma reunião de emergência na manhã desta sexta.

O encontro está sendo organizado no GSI, Gabinete de Segurança Institucional, e conta com a participação de ministros da Defesa, Segurança Pública, Transportes, Ministério de Minas e Energia, Fazenda, Casa Civil e Advocacia-Geral da União. A participação do presidente Michel Temer não está prevista.

 
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