Após sofrer os efeitos da paralisação dos caminhoneiros, que já dura dez dias, a Ceagesp anunciou que o ETSP (Entreposto Terminal São Paulo) ficará aberto 24h até o dia nove de junho.
O objetivo da medida é normalizar a operação da central de abastecimento, que registrou alta de preços e falta de produtos nos últimos dias. Informalmente, representantes dos sindicatos calcularam que a queda das atividades chegou a 70%.
Nesta quinta-feira (31), os preços voltaram a níveis similares ao pré-paralisação. A caixa de tomate hoje sai por R$ 50, contra R$ 150 no auge do desabastecimento. O mesmo para a caixa de couve-flor, hoje a R$ 20 (contra R$ 70 na última semana).
A todo momento, passam homens carregando caixas de alface, brócolis, couve e tomate. Segundo a vendedora Marizete Melo, 55, 32 deles no centro de distribuição, "está tudo normal, tranquilo".
Se há o que vender, falta quem comprar no Ceagesp, segundo o comerciante Alex Lima de Souza, 20. "Está mais ou menos, não tem ninguém para comprar, o povo está preocupado só em abastecer o carro."
Até as 11h40, ele havia vendido 60 sacos de milho, vindos do interior de São Paulo nesta manhã. O normal para esse horário, segundo Alex, seria ter comercializado 120 sacos. O preço do produto chega a R$ 20, contra R$ 13 em "tempos normais".
A Feira das Flores acontecerá normalmente na madrugada de quinta para sexta-feira (1°), da meia-noite do dia 31 até às 9h30 no Pavilhão Mercado Livre do Produtor.
OUTROS ESTADOS
No Rio, o abastecimento da Ceasa, a principal central de distribuição de alimentos do estado, começa a voltar ao normal nesta quinta-feira (31).
A média de caminhões que descarregam na unidade, em Irajá, zona norte da capital fluminense, voltou aos patamares pré-mobilização dos caminhoneiros, de cerca de 400 por dia. Durante a crise, a média de caminhões havia caído para cerca de 30 ao dia.
A paralisação afetou a oferta de alimentos e fez disparar o preço de alguns produtos, que aos poucos vão voltando para patamares da semana retrasada. O saco de 50 kg de batata inglesa que chegou a custar R$ 500 no meio da crise, está em R$ 120.
A administração da central decidiu abrir neste feriado de Corpus Christi com o intuito de normalizar o abastecimento. Normalmente, o mercado estaria fechado durante feriados nacionais.
Em Minas, o presidente da Associação Comercial da Ceasa, Emilio Brandi, diz que o abastecimento está sendo normalizado.
Segundo ele, nesta quinta (31) chegaram mercadorias que estavam em falta, como ovos e batatas, reduzindo os preços.
Brandi afirma que, em função do feriado, poucos clientes foram ao Ceasa, mas que o movimento desta sexta (1°) deve ser melhor.
No Paraná, a Ceasa de Curitiba abriu nesta quinta (31) para descarga e repasse de mercadorias que ficaram com a carga presa durante a paralisação. Alguns compradores compareceram, mas a Ceasa não tem informação de quantos produtos foram comercializados. A coordenação espera um bom número de produtores nesta sexta (1°), assim como boa movimentação junto aos atacadistas.
A Ceasa de Cascavel teve entrada de 180 toneladas de produtos variados entre quarta (30) e quinta (31). A unidade de Londrina informou que teve em torno de 80% de comparecimento de boxistas e produtores, com muitos compradores. A Ceasa de Maringá espera trabalhar com 70% a 80% dos boxes nesta sexta (1°) --nesta quinta (31) já entraram mercadorias como batata e cebola.
A unidade de Foz do Iguaçu está aberta, com movimentação voltando aos poucos. Compradores do Paraguai estão presentes no local.
Ana Luiza Albuquerque, Bruno Lee, Diana Lott e Lucas Vettorazzo
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