CNI afirma que tabelar preço de frete é retrocesso

Confederação da Indústria critica concessão feita pelo governo Temer a caminhoneiros

São Paulo

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) engrossou o coro de críticos às concessões feitas pelo governo federal, e anunciadas pessoalmente pelo presidente Michel Temer (MDB), aos caminhoneiros.

Profissionais da categoria promovem uma paralisação que chegou, nesta segunda (28), ao oitavo dia.

Pela manhã, oito entidades ligadas ao agronegócio já tinham reagido negativamente a uma das medidas, o estabelecimento de um preço mínimo para o frete rodoviário, dizendo que não iriam pagar a conta da greve dos caminhoneiros.

Em nota enviada à imprensa na tarde desta segunda, a CNI afirma considerar "um grande retrocesso" a edição da medida provisória que tabela os valores de frete.

"A fixação de preços mínimos infringe o princípio da livre-iniciativa e é ineficaz. A medida não corrige o problema de excesso de oferta de caminhões no mercado", diz o texto.

Para a entidade, o tabelamento do frete inevitavelmente levará ao aumento geral de preços para a população, já que o modal rodoviário é responsável pela maioria (60%) do transporte da produção brasileira.

A nota da CNI cita o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para mencionar um "elevado risco de (...) cartelização do setor". Com críticas à paralisação, que, segundo a entidade, deixou o país refém, a nota pede esforços da Presidência, do Congresso, do STF, do Ministério Público e da Procuradoria-Geral da República para buscar soluções para a crise.

"Em vez de procurar soluções paliativas e de baixa efetividade, o Brasil deveria enfrentar seriamente a questão tributária, de forma a reduzir a alta carga de impostos que penaliza o setor produtivo e todos os cidadãos", finaliza o texto.

A CNI também afirma que os bloqueios atrapalham recuperação da economia.

O protesto "prejudica a operação das indústrias, aumenta os custos, penaliza a população e tem efeitos danosos sobre a economia, que enfrenta dificuldades para se recuperar da crise recente".

A confederação pede para que os bloqueios sejam suspensos durante as negociações. Os protestos, de acordo com a CNI, está afetando a "produção, distribuição de bens e a segurança dos cidadãos".

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.