Com queda na exportação, superávit comercial recua 12% em abril, para US$ 6,1 bi

Importações avançam com maior atividade econômica; no ano, saldo é de US$ 20 bi, queda de 6%

Contêineres refletidos em espelho no porto de Santos (SP)
Contêineres refletidos em espelho no porto de Santos (SP) - Eduardo Knapp - 17.out.16/Folhapress
Brasília | Reuters

O Brasil registrou superávit comercial de US$ 6,142 bilhões em abril, queda de 11,8% sobre igual período do ano passado, diante da piora nas exportações, mas ainda no segundo melhor resultado histórico para o mês, informou o Mdic (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços) nesta quarta-feira (2).

Em pesquisa da Reuters com analistas, a expectativa era de saldo positivo ligeiramente maior, de US$ 6,3 bilhões.

Mantendo a toada vista nos meses anteriores, as importações em abril prosseguiram em alta, subindo 10,3% sobre um ano antes, pela média diária, para US$ 13,790 bilhões.

As exportações, por sua vez, caíram 3,4% na mesma base de comparação, para US$ 19,932 bilhões.

Nos primeiros quatro meses de 2018, o superávit das trocas comerciais soma US$ 20,090 bilhões, recuo de 6% sobre igual intervalo de 2017.

No ano, o ministério já havia previsto que a aceleração da atividade iria elevar as importações e reduzir o superávit da balança comercial brasileira ao patamar de US$ 50 bilhões, ante US$ 67 bilhões em 2017.

“Como a atividade econômica está mais aquecida neste ano, a tendência é que a demanda por bens importados seja maior, então vai haver maior crescimento das importações, e isso já é verificado nos primeiros meses do ano”, disse o diretor de Estatísticas e Apoio às Exportações do MDIC, Herlon Brandão.

De janeiro a abril, as importações subiram 14,5%, quase o dobro do ritmo exibido pelas exportações, que cresceram 7,7% no período.

Após o dólar ter fechado abril com salto de 6% sobre o real, Brandão também ponderou que o movimento é recente e que variações pontuais não afetam decisões dos importadores e exportadores. 

Destaques

Em abril, as importações foram puxadas pela venda de bens de capital, com alta de 36,2% sobre o mesmo mês do ano passado.

Também subiram as importações de bens de consumo (+12,2%), bens intermediários (+6,3%) e combustíveis e lubrificantes (+6,3%).

Na esteira da retomada econômica, as compras externas de bens de capital que mais cresceram foram de insumos para a produção, como veículos de carga, máquinas/aparelhos mecânicos e colheitadeiras de algodão.

Já no caso das exportações, houve recuo em todas as categorias. Os manufaturados caíram mais em abril (-4,0%), seguidos pelos básicos (-2,9%) e pelos semimanufaturados (-2,7%).

 

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.