Descrição de chapéu Balanços bitcoin

Consolidação do mercado de criptomoeda vai reduzir ativos, dizem especialistas

Existem 1.200 moedas virtuais, mas especialistas avaliam que só as mais relevantes vão se manter

Danielle Brant Natália Portinari
São Paulo

Além de dar uma acalmada na especulação, a maturidade no mercado de criptomoedas também deve se traduzir em uma consolidação de muitas das 1.200 moedas virtuais que existem hoje. A avaliação é de Frederic De Mariz, diretor do UBS Brasil.

"Teve uma bolha no número de criptomoedas, é difícil imaginar que esse número faça sentido. Devemos ver uma consolidação das 1.200, e só as mais relevantes vão se manter, as mais aceitas pelo mercado", diz.

Ricardo Rochman, coordenador do mestrado profissional da FGV (Fundação Getulio Vargas), também enxerga uma diminuição do número de criptomoedas no futuro.

"As outras têm que provar sua segurança, se o uso faz sentido, o que nem todas conseguem fazer. Como é fácil criar, há moedas que são redundantes. Outras a gente desconfia que possam ser esquema de pirâmide, e por aí vai", afirma Rochman.

Por riscos como esses, De Mariz, do UBS, diz ser favorável à regulação dos ICOs (ofertas iniciais de moedas), um dos mecanismos usados para levantar recursos e financiar a criação de novas criptomoedas.

"A sociedade tem a obrigação de proteger os depositantes que não deveriam ter acesso a esses instrumentos", diz De Mariz.

Já Rochman considera que a falta de regulamentação no mercado de criptomoedas abre espaço para aproveitadores.

"Se já baixasse uma regulamentação, mesmo que simples, não haveria ônus e os investidores estariam protegidos. Qual vai ser o critério para regulamentar? Depois que tivermos mais de um milhão de prejudicados?", questiona o especialista.

Enquanto isso não acontece, Gustavo Chamati, presidente da Mercado Bitcoin, ressalta que criptomoedas deveriam servir como opção de diversificação de investimentos.

"Está diminuindo a quantidade de pessoas que têm a primeira experiência de investimento com o bitcoin. Há um uso mais consciente da moeda digital", afirma.

A corretora de criptomoedas mapeou, em parceria com a empresa de serviços financeiros Serasa Experian, o perfil dos seus 1 milhão de investidores cadastrados atualmente nesse ramo de investimento.

Segundo Chamati, o levantamento mostrou que não há muita diferença em relação ao que se vê no mercado financeiro tradicional.

De acordo com o mapeamento da Mercado Bitcoin e da Serasa Experian, 81,6% dos investidores são homens. A maioria (58,9%) tem de 18 a 33 anos e vive na região Sudeste do Brasil (57%).

"É uma tecnologia nova, acaba atraindo mais homens jovens, um público mais propenso à tomada de risco", diz Chamati.

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