Descrição de chapéu dólar câmbio férias

Cresce a procura por pacotes para férias fracionadas

Redução do número de dias de viagem é forma de contornar alta do dólar

Joana Cunha
São Paulo

​A possibilidade de vender viagens mais curtas já animava agências de turismo desde o fim de 2017, quando foi introduzida a nova lei trabalhista e criada a possibilidade de o trabalhador fracionar as suas férias em períodos menores que 30 dias.

Na prática, porém, as agências identificam que o maior motivo para o encurtamento das viagens foi a alta do dólar. Para economizar, os passageiros já começam a cortar dias de lazer, escolher hotéis mais baratos e buscar promoções.

Emerson Amaral, diretor de uma das empresas de viagens do Grupo Flytour, afirma que a oscilação recente ainda não é drástica a ponto de provocar cancelamento de pacotes que já estavam contratados.

 

Para os clientes novos, as duas últimas semanas foram de espera ou corte de custos, a depender do perfil do viajante.

“Quem ainda está fazendo cotação resolveu esperar. Faz muita reserva mas fica um pouco no ‘stand-by’. Quem já tem data de férias definidas e realmente quer ir corta o número de dias. Se ia ficar dez dias encurta para oito”, diz Amaral.

Viagens para destinos brasileiros, alternativa em tempos de dólar alto, não se destacaram ainda, segundo Aldo Leone Filho, sócio da Agaxtur.

“Julho é inverno no Brasil e chove no Nordeste. O que estamos vendo agora é um aumento da procura por Bariloche. Fazia uns quatro anos que não vendia tanto Bariloche quanto agora. A turma está vendo que o câmbio baixou na Argentina e está indo para lá”, diz o empresário. 

Emerson Belan, diretor-geral da CVC, afirma que a empresa já vinha se adequando com o lançamento de pacotes mais curtos para responder à tendência prevista pelo fracionamento de férias. 

“Ajustamos para a próxima temporada os roteiros de navio para quatro ou oito dias. Lançamos frete de sete dias para Jericoacoara (CE), mas tem pacote até com quatro dias”, diz Belan.  

Nas últimas semanas, a CVC lançou um roteiro com destino a Dubai, para onde são necessárias cerca de 15 horas de voo do Brasil, para ficar apenas sete dias em um navio.

O executivo afirma que as viagens internacionais estão crescendo a taxas mais baixas hoje do que há um mês.

A Submarino Viagens afirma que aumentou o volume de pesquisa e preços e decidiu intensificar as promoções para resgatar o viajante espantado pelo câmbio.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.