Crise de caminhoneiros não é problema de perspectiva histórica, diz BNDES

Para Dyogo Oliveira, presidente do banco, paralisação será um problema de "curtíssimo prazo"

Retrato do presidente do BNDES, Dyogo Oliveira
O presidente do BNDES, Dyogo Oliveira - Pedro Ladeira/Folhapress
Joana Cunha
São Paulo

Ao lançar uma parceria com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para um novo fundo de crédito voltado a projetos de infraestrutura no Brasil, nesta quarta-feira (30), o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Dyogo Oliveira, mitigou o impacto da paralisação dos caminhoneiros.  

"Essa greve já está sendo resolvida. Hoje há um movimento de desmobilização. E nós não vemos isso como um grande problema do ponto de vista de perspectiva histórica. É um grande problema hoje", disse Oliveira, ao lado do presidente do BID, Luis Alberto Moreno, em evento em São Paulo. 

As manifestações de caminhoneiros começaram a perder força no décimo dia de paralisação, nesta quarta. Alguns focos de protestos ainda resistem, com manifestantes coagindo caminhoneiros a participar dos bloqueios.
 

Segundo Dyogo Oliveira, a preocupação do governo com a paralisação é "enorme", mas "isso é uma questão de curtíssimo prazo".  
 

As declarações foram dadas na ocasião do lançamento de uma parceria entre as duas instituições para a criação de um fundo de crédito em infraestrutura no valor de US$ 1,5 bilhão, que está sendo chamado de "B2 Infra". 
 

A "semente" do fundo, segundo Oliveira, será composta por 30% dos recursos provenientes do BNDES e 10% do BID Invest, braço privado do Grupo BID, somando US$ 600 milhões. Os US$ 900 milhões restantes serão captados no setor privado, principalmente entre investidores institucionais.
 

O valores fazem parte de outro anúncio, já feito pelo BNDES nesta terça (29) de R$ 5 bilhões para investimentos em infraestrutura. 
 

 A estrutura do fundo será publicada em 60 dias, conforme as regras do BNDES Fundos de Crédito, anunciadas nesta terça-feira (29) com a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). 

"O nosso cronograma é de que em aproximadamente 120 dias este fundo já comece a fazer as captações junto ao mercado e daí em diante entre na sua fase operacional. Rapidamente nós teremos estes recursos disponíveis para selecionar projetos de infraestrutura", disse. 

Segundo as previsões dos bancos, a estimativa é que o produto passe a operar no segundo semestre deste ano. 

Os setores de infraestrutura contemplados serão os tradicionais, como transporte, energia, saneamento e infraestrutura social, com mobilidade urbana, educação e saúde.
 

Dyogo Oliveira comentou também o resultado do PIB divulgado nesta quarta-feira com um crescimento de 0,4% no primeiro trimestre deste ano em relação aos três meses anteriores. O campo cresceu 1,4% enquanto  indústria e serviços, 0,1%, na mesma base de comparação.  

"Saiu o PIB hoje. O elemento que mais cresceu foi a formação bruta de capital fixo, que cresceu 0,6. O consumo das famílias cresceu 0,5 e o consumo do governo caiu. Há uma demanda por investimento e o BNDES recebe essa demanda. As empresas têm buscado também recursos no mercado de capitais", disse. 
 

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