O Banco do Brasil decidiu entrar no negócio das maquininhas de pagamento, pouco menos de duas semanas após o Bradesco anunciar o mesmo movimento, disse o BB nesta quinta-feira (10).
Assim como o concorrente privado, o Banco do Brasil terá uma parceria com a Cielo para vender maquininhas com marca própria. BB e Bradesco têm participação societária na Cielo. A meta do Banco do Brasil é vender no mínimo 125 mil maquininhas até o final do ano.
O anúncio foi feito durante a divulgação do lucro do banco no primeiro trimestre. O BB viu seu resultado crescer 20,3% nos três primeiros meses do ano, para R$ 3,026 bilhões.
“A Cielo está no jogo para ganhar. Estamos nos adaptando aos tempos modernos, mas estamos no jogo para ganhar”, afirmou o presidente do banco, Paulo Caffarelli, na apresentação do resultado. “Nossos clientes poderão contratar as máquinas e já sair com elas das agências.”
Num primeiro momento, correntistas do BB e donos de cartões emitidos pelo banco não receberão qualquer tipo de benefício ao usar a maquininha, afirmou Marcelo Labuto, vice-presidente de negócios de varejo do BB.
No setor financeiro, o Santander Brasil é dono da GetNet, e o Itaú Unibanco tem no grupo a Rede.
Labuto afirma que o banco começou a estudar a entrada nesse mercado em janeiro deste ano. O objetivo é diversificar as fontes de receita do banco, capturando parte das taxas cobradas pelo uso da maquininha nos pagamentos, complementou.
“Quando a gente trabalha com pessoa jurídica, é importante deter o fluxo de caixa das empresas dentro do banco, para que a gente consiga desenvolver melhores produtos, soluções de crédito e para que a gente possa atender melhor esses segmentos”, disse Labuto.
Na apresentação, Caffarelli anunciou que o BB vai aumentar de 30% para 40% a parcela do lucro ajustado que será distribuído aos acionistas.
“A gente entende que é nossa obrigação, dentro da expectativa dos nossos acionistas, e também muito importante a questão dos minoritários, retornar para payouts [pagamentos] adequados. Neste ano será de 40%, nos anos seguintes, o tempo que vai dizer”, afirmou Caffarelli.
Em um ano, a carteira de crédito ampliada do banco recuou 1,9%, para R$ 675,6 bilhões. Para 2018, o BB projeta crescimento de 1% a 4% na carteira.
"Estamos mais preocupados com a rentabilidade do que com o market share. O Banco do Brasil vai continuar perseguindo o seu crédito, um crédito com qualidade, um crédito responsável, mas um crédito com adimplemento", afirmou o presidente do BB.
Ele condicionou a recuperação do crédito à velocidade de retomada do crescimento do país. "Agora observe que essa crise foi a pior crise de todos os tempos, não foi uma crise igual a de 2009, quando você teve concomitantemente à crise o aumento do consumo."
Caffarelli destaca ainda a mudança da carteira, com migração do crédito de grandes empresas para pessoas físicas e empresas de pequeno e médio porte, em empréstimo que têm margem maior.
Ele também comentou a aprovação pela Câmara dos Deputados, na noite de quarta-feira, do Cadastro Positivo.
"A medida é extremamente positiva, que a médio e longo prazo vai trazer melhoria na concessão do crédito, inclusive no tocante ao barateamento do crédito. Não tenho dúvida de que vai ter consequência positiva na concessão do crédito."
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