Sete aeroportos do país continuam sem combustível

Mais de 90 voos foram cancelados nesta terça em aeroportos privados e da Infraero

Guilherme Magalhães Carolina Linhares
São Paulo e Belo Horizonte

Sete dos 54 aeroportos administrados pela Infraero apresentavam falta de combustível às 17h desta terça-feira (29), segundo a estatal: São José dos Campos (SP), Uberlândia (MG), Campina Grande (PB), Juazeiro do Norte (CE), Londrina (PR), Palmas (TO) e Imperatriz (MA).

Funcionário prepara para abastecer avião no aeroporto de Brasília
Funcionário prepara para abastecer avião no aeroporto de Brasília - Ueslei Marcelino - 25.mai.18/Reuters

Nesses aeroportos, os aviões só podem pousar se tiverem combustível suficiente para decolar novamente e seguir a viagem. No início desta terça o número de aeroportos da Infraero sem combustível chegou a ser de dez, mas o abastecimento em alguns foi sendo normalizado ao longo do dia.

 
Mais de 90 voos foram cancelados no país nesta terça-feira em aeroportos operados pela Infraero e pela iniciativa privada. Outros 35 voos, todos da Avianca entre esta quarta (30) e o próximo domingo (3), também estão cancelados.
 
​As companhias aéreas recomendam que o passageiro que tem voo marcado para os próximos dias verifique o status do voo nos sites das empresas. Taxas de remarcação e cancelamento não estão sendo cobradas por AviancaAzulGol e Latam.

Até as 17h, de 921 voos programados —domésticos e internacionais— 67 haviam sido cancelados (7,27%), segundo a Infraero. Outros 80 (8,69%) registraram atraso.

O aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, teve 15 voos cancelados na manhã desta terça-feira. A concessionária BH Airport informou que o abastecimento de combustível no aeroporto começou a ser regularizado. Os cancelamentos dos voos previstos para hoje haviam sido programados pelas companhias e os passageiros foram reacomodados em outros voos com antecedência.

No aeroporto de Brasília, o mais afetado pelo desabastecimento na semana passada, houve 15 atrasos (mas apenas dois relacionados ao contingenciamento) e três cancelamentos.

Segundo a concessionária Inframerica, o estoque de combustível no aeroporto está em 66% após a chegada de 19 caminhões com querosene nesta terça-feira. Na segunda, já haviam chegado 35 carretas. Antes da crise, o terminal recebia 20 caminhões/dia.

A GRU Airport, que administra o aeroporto de Cumbica, o maior do país, informou que oito voos haviam sido cancelados nesta terça.

As oito carretas de combustível que chegaram na noite de segunda-feira ao aeroporto de Fortaleza devem garantir o abastecimento até o final da noite desta quarta-feira (30), informou a concessionária Fraport. O aeroporto, porém, segue operando em seus níveis de reserva.

O aeroporto de Salvador segue com operação normal nesta terça. A concessionária Vinci Airports informou que um novo carregamento de querosene chegou ao aeroporto nesta segunda com escolta do Exército. Dos 720 pousos e decolagens desde a última sexta (25) na capital baiana, 160 foram alternados de outros aeroportos para apoio de abastecimento.

O aeroporto do Campo de Marte, em São Paulo, que opera voos de táxi aéreo e aviação executiva, está sem gasolina para helicópteros e aviões. O querosene de aviação abastece no momento 60% das aeronaves do terminal. As três distribuidoras de combustível no aeroporto informaram que não há previsão de retomada do fornecimento de gasolina.

A Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) estimou um prejuízo diário de R$ 50 milhões desde o início da paralisação dos caminhoneiros, na segunda-feira passada (21).

A entidade, que reúne as quatro principais companhias aéreas do país, afirmou na noite desta segunda que os voos devem continuar a ser cancelados sem previsão de normalização.

 
Os aeroportos de Cumbica, em Guarulhos (SP), e do Galeão, no Rio, atravessaram a crise até aqui relativamente ilesos por serem abastecidos por dutos da Petrobras.
 
Mas a greve de 72 horas convocada pelos petroleiros para esta quarta-feira (30) pode afetar o abastecimento também desses aeroportos.
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