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Dólar atinge R$ 3,67 com aumento da cautela no exterior e antes do Copom

Moeda americana sobe pelo 4º dia em meio a tensão geopolítica e cautela com alta de juros nos EUA

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Dólar sobe pelo quarto dia e atinge R$ 3,67
Dólar sobe pelo quarto dia e atinge R$ 3,67 - Mark Lennihan/Associated Press
São Paulo

O dólar subiu para R$ 3,67 nesta quarta-feira (16) e fechou em alta pelo quarto dia com aumento das tensões geopolíticas entre Estados Unidos e Coreia do Norte e também antes da decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) sobre juros no Brasil.

Como pano de fundo persiste a cautela com uma aceleração dos aumentos de juros nos Estados Unidos, após o rendimento dos títulos de dívida americana com vencimento em dez anos subir para 3,1%, maior nível em sete anos.

O dólar comercial subiu 0,4%, para R$ 3,677. Ainda está no maior patamar desde abril de 2016, quando fechou a R$ 3,693. O dólar à vista, que fecha mais cedo, avançou 0,68%, para R$ 3,680.

A Bolsa brasileira teve valorização de 1,65%, para 86.536 pontos. O dia foi de vencimento sobre opções do índice Ibovespa, que movimentou R$ 133 milhões. No total, o volume financeiro negociado foi de R$ 12,1 bilhões.

O real foi a terceira moeda que mais se desvalorizou em relação ao dólar nesta sessão —só ficou atrás das divisas da Bulgária e da Tailândia.

Outros emergentes tiveram desempenho melhor: o peso argentino foi a moeda que mais ganhou força ante o dólar, com alta de 1,59%. O rublo russo subiu 0,97% e o rand sul-africano ganhou 0,97%. Das 31 principais moedas, o dólar ganhou força em relação a 12. 

O cenário maior, de preocupação com aumento adicional de juros nos Estados Unidos, se manteve nesta sessão. O rendimento dos títulos americanos com vencimento em dez anos voltou a subir e atingiu 3,1%.

A probabilidade de uma quarta alta do Federal Reserve (Fed, banco central americano) na reunião de dezembro agora está em 41,1%.

Mas a nova tensão geopolítica entre Coreia do Norte e Estados Unidos também contribuiu para a alta do dólar nesta sessão, na avaliação de Celson Plácido, estrategista-chefe da XP Investimentos.

A Coreia do Norte anunciou a suspensão das conversas de alto nível que teria nesta terça-feira (15) com a Coreia do Sul, citando como motivo a realização de exercícios militares conjuntos entre sul-coreanos e americanos, e colocou em dúvida a realização da cúpula entre Kim Jong-un e o presidente dos EUA, Donald Trump.

"Trump fazendo movimentos militares na Coreia do Sul gera dúvidas sobre um acordo com a Coreia do Norte. Aí os investidores buscam ativos mais seguros, como o dólar", diz.

A alta da moeda também ocorreu em dia de Copom. O Banco Central acabou surpreendendo e mantendo a taxa básica de juros em 6,5% ao ano, atribuindo parte da decisão às turbulências internacionais. Parte da valorização se deve ainda ao movimento de investidores que aplicam em Bolsa e que, para evitar perdas com a queda do real, compram dólares ou contratos futuros da moeda americana.

Nesta quarta, o Banco Central vendeu a oferta integral de 5.000 novos contratos de swaps cambiais tradicionais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). Até agora, já colocou US$ 750 milhões adicionais no mercado.

A autoridade também vendeu a oferta de 4.225 contratos de swap para rolagem do vencimento de junho. Até agora, já rolou US$ 3,96 bilhões dos US$ 5,650 bilhões que vencem mês que vem.

O CDS (credit default swap, espécie de termômetro de risco-país) subiu 0,25%, para 188,6 pontos. 

No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados caíram. O DI para julho deste ano recuou de 6,245% para 6,206%. O DI para janeiro de 2019 teve queda de 6,350% para 6,315%.

AÇÕES

Das 67 ações do Ibovespa, 57 subiram e dez caíram.

A maior alta foi registrada pelos papéis da Estácio Participações, que avançaram 10%. A Via Varejo subiu 7,07%, e a Magazine Luiza ganhou 5,39%.

Na ponta contrária, a Natura recuou 3,41%. A Suzano se desvalorizou 3,26% e a BRF perdeu 3,26%.

As ações da Eletrobras fecharam em baixa nesta sessão, após o lucro da estatal despencar 96% no primeiro trimestre, para R$ 56 milhões. As ações preferenciais da Eletrobras caíram 2,16%, e as ordinárias perderam 0,32%.

As ações da Petrobras subiram, em meio à renegociação do contrato de cessão onerosa entre a petrolífera e a União e também em dia de aumento dos preços do petróleo.

Os papéis mais negociados da estatal avançaram 2,24%, para R$ 27,39. As ações com direito a voto ganharam 2,33%, para R$ 31,63.

A mineradora Vale se valorizou 2,29%, para R$ 55,90. 

No setor financeiro, as ações do Itaú Unibanco subiram 1,74%. Os papéis preferenciais do Bradesco se valorizaram 1,62%, e os ordinários ganharam 2,07%. O Banco do Brasil subiu 1,47%, e as units —conjunto de ações— do Santander Brasil ganharam 3,12%.

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