Em meio a tentativas do governo de privatizar a Eletrobras, a estatal entrou no grupo das empresas públicas com nota 10 no índice de governança criado pela própria União, divulgou o Ministério do Planejamento nesta sexta (11). Em novembro do ano passado, a nota havia sido 8.
A estatal segue envolvida em investigações da Lava Jato, após denúncias de superfaturamento de obras contratadas com cartel.
Diretores e funcionários da empresa também foram alvo, em 2015, da Operação Radioatividade —na qual o ex-presidente da Eletronuclear foi condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, obstrução da Justiça, evasão de divisas e organização criminosa— e na Operação Pripyat, de abril de 2017, contra cinco ex-diretores e diretores.
O índice do governo é composto por diversos indicadores, que incluem a criação de comitês, treinamentos, geração de relatórios internos e publicação de resultados e remuneração de executivos —este último, requisito que já é exigido de empresas listadas em Bolsa, como a Eletrobras.
Uma análise mais efetiva, que englobe o impacto real das medidas implementadas —indo além da simples verificação da instalação de comitês—, deverá ocorrer só na próxima avaliação, segundo o ministro do Planejamento, Esteves Colnago. Por isso, as notas do próximo ciclo “talvez piorem”, disse.
Também receberam nota 10 a Petrobras e o Banco do Brasil. A Caixa aumento sua nota de 7,5 para 9,7, e o BNDES subiu de 8 para a 9,5.
De modo geral, a média das notas das 47 companhias passou a 6,93 neste segundo ciclo de avaliação, contra 4,08 no primeiro ciclo, que analisou 48 companhias.
Segundo o ministério, a melhoria foi puxada principalmente pelo resultado das empresas que elevaram suas notas em mais de 4 pontos, como por exemplo a Infraero, com 9,3; os Correios, com 7,4; a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), com 7,7; e a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), com 7,9.
Em novembro, Infraero, Correios e Conab estavam no nível 3, grupo com notas de 2,6 a 5,09. Já a EPE estava no nível 4, em que a faixa era de 0 a 2,59.
A pior nota desta vez ficou com a EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), com 2,1, seguida por Hemobrás (3,8) e Ceasaminas (4,8).
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