Florianópolis ficou sem combustível há dois dias, mas tinha abastecido na quarta-feira (23) e o tanque quase cheio foi suficiente para chegar de carro até Curitiba.
A ideia era chegar ainda neste sábado, fim de férias, em São Paulo, para voltar ao trabalho na segunda (28).
Parei em Curitiba e não sei quando encontro combustível para seguir caminho.
Nos cerca de 315 km que separam as capitais catarinense e do Paraná apenas quatro postos, todos sem bandeira e em Santa Catarina, tinham algo de combustível nesta manhã.
Em dois deles, a gasolina acabou quando eu chegava. Nos outros dois, as filas eram contadas em quilômetros, e não em metros. Os carros e motos parados à espera para abastecer, aos milhares.
Em vários pontos da estrada —principalmente em postos de combustível— havia caminhões e tratores com faixas de protesto; algumas de “Fora Temer”, outras pedindo intervenção militar.
Fogos de artifício, hino nacional, churrasco eram onipresentes.
Em alguns pontos, especialmente no entorno de Curitiba, uma faixa era bloqueada e os manifestantes obrigavam os motoristas a passar muito devagar.
Em alguns piquetes, os manifestantes recebiam marmitas na hora do almoço e apoio de parte dos motoristas e motoqueiros que passavam pelo local.
Um pequeno grupo, nem 20 pessoas, ateou fogo a pneus em um ponto da BR-116 no entorno de Curitiba e impedia os bombeiros de apagar as chamas. A polícia conversava para tentar demovê-los.
A tranquilidade da estrada, praticamente vazia, sem caminhão algum e com pouquíssimos carros de passeio, deu lugar ao nervosismo na tentativa de entrar na fila para abastecer em um posto curitibano que tenha recebido gasolina nesta madrugada. Não deu. Sem filas organizadas, os carros se espalham pelas ruas laterais e os motoristas tentam forçar passagem nos cruzamentos, discutindo qual das filas está certa.
A mídia local diz que as esperas chegam a 12 horas. O jeito vai ser aguardar a madrugada para ver se mais postos são reabastecidos para tentar seguir viagem amanhã.
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