Fecombustíveis diz que situação do abastecimento de combustíveis é crítica em 24 estados

Segundo presidente da entidade, estoque médio dos postos brasileiros dura quatro dias

Posto de Gasolina sem combustível na Marginal Tiete, em São Paulo, na altura da ponte Julio Mesquita
Posto de Gasolina sem combustível na Marginal Tiete, em São Paulo, na altura da ponte Julio Mesquita - Zanone Fraissat/Folhapress
 
Rio de Janeiro

A situação do abastecimento de combustíveis é crítica em 24 estados brasileiros, disse nesta sexta (25) a Fecombustíveis (entidade que representa os donos de postos). A entidade diz que, a partir do momento em que o abastecimento for retomado, serão necessários três dias para que a situação seja normalizada.

"O problema é que não vejo hoje a mínima perspectiva de solução para o problema", diz o presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda, para quem o governo está "perdido"

Segundo Miranda, apenas no Piauí, no Amazonas e no Pará ainda é possível encontrar combustíveis com facilidade. Nesses estados, o bloqueio às bases de distribuição começou mais tarde, por volta de quarta (22) ou quinta (23).

Nos outros 24, as entregas começaram a ser suspensas a partir do início da semana. "Mas, mesmo nesses que ainda têm combustível, deve começar a faltar a partir desta sexta", alertou o executivo.

O Brasil tem hoje cerca de 42 mil postos de gasolina, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). Miranda diz que o estoque médio dos postos brasileiros dura quatro dias. Em mercados mais próximos a refinarias, como São Paulo, pode ser menor.

"Mas no momento em que a imprensa alerta para o risco de falta, há uma corrida aos postos e as vendas dobram", ressalta. "Um posto que vendia 10 mil litros por dia vai vender 20 mil e os estoques acabam mais rápido."

Em balanço parcial divulgado na manhã desta sexta, a Fecombustíveis disse que Bahia, Distrito Federal e Espírito Santo estão próximos de não ter mais combustíveis para abastecer a população. Nesses estados, já passa de 90% o percentual de postos sem estoque.

A federação disse ainda que há problemas graves de abastecimento também em Minas Gerais e no Mato Grosso. Na região de Porto Alegre não há mais produtos, mas ainda é possível abastecer nos postos do interior do Rio Grande do Sul. Na cidade do Rio e na Baixada Santista, mais de 90% dos postos estão sem estoques.

A greve dos caminhoneiros foi iniciada na segunda (21), em protesto contra a escalada dos preços dos combustíveis. Nesta sexta (25), o presidente Michel Temer fez um pronunciamento para anunciar um plano de segurança para liberar as estradas parcialmente bloqueadas por caminhoneiros desde o começo da semana.

O presidente disse que tomou a decisão já que a paralisação dos caminhoneiros continuou, apesar do acordado, na noite desta quinta (24), com entidades representantes. 

"O que preocupa a gente é que não estamos enxergando nenhuma inteligência por parte do governo. O governo está perdido, cada um fala uma coisa", reclama Miranda, o presidente da Fecombustíveis. "Seria importante reunir todo mundo na mesma mesa, como uma sala de crise, para que as decisões sejam conjuntas."

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