Federação dos petroleiros recua e orienta sindicatos a suspender greve

Decisão foi anunciada após TST aumentar multa de R$ 500 mil para R$ 2 mi

Petroleiros fazem greve em frente a refinaria da Petrobrás em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro
Petroleiros fazem greve em frente a refinaria da Petrobrás em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro - Mauro Pimentel - 30.mai.18/AFP
 
São Paulo

A FUP (Federação Única dos Petroleiros) recomendou à categoria que suspenda a greve iniciada na última quarta-feira (30) horas após o TST (Tribunal Superior do Trabalho) aumentar a multa aos sindicatos de R$ 500 mil para R$ 2 milhões. 

Na terça-feira (29), atendendo a pedido da AGU (Advocacia Geral da União) e da Petrobras, a ministra Maria de Assis Calsing concedeu liminar reconhecendo a ilegalidade da greve e impondo multa diária às entidades sindicais por descumprimento da decisão no valor de R$ 500 mil reais por dia.

 

Em nota publicada em seu site, a FUP afirmou que trata-se de "um recuo momentâneo e necessário para a construção da greve por tempo indeterminado".

Segundo a Petrobras, todas as suas unidades estão operando. A empresa diz que a greve já foi encerrada em mais de 95% das suas unidades. "Onde ainda é necessário, equipes de contingência atuam e a situação caminha para a normalidade e para o encerramento do movimento." Não há impacto na produção nem risco de desabastecimento, diz a petroleira.

A Fup fez duras críticas à gestão da Petrobrás e às decisões do TST, que foram tomadas com o intuito de "criminalizar e inviabilizar os movimentos sociais e sindicais", segundo a nota.

"O TST joga o jogo do capital e não deixaria barato a greve dos petroleiros" afirmou a FUP. 

Para a entidade, as multas são "abusivas e extorsivas" e jamais seriam aplicadas "contra os empresários que submetem o país a locautes para se beneficiarem política e economicamente". 

"Os petroleiros saem da greve de cabeça erguida, pois cumpriram um capítulo importante dessa luta, ao desmascarar os interesses privados e internacionais que pautam a gestão da Petrobrás", diz a nota. 

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