O FMI (Fundo Monetário Internacional) disse nesta sexta-feira (11) que a incerteza política antes das eleições em vários países latino-americanos, principalmente no Brasil e no México, poderia retardar a recuperação da economia na região.
O FMI afirmou ainda em um relatório sobre as perspectivas para a região que mudanças nas políticas protecionistas e um súbito aperto nas condições financeiras globais também podem afetar as perspectivas de crescimento para a América Latina e o Caribe de 2% para 2018, em comparação com 1,3% em 2017.
O Fundo disse que o Brasil vai se recuperar crescerá neste ano 2,3% graças a uma retomada do consumo privado e do investimento.
"No entanto, um risco fundamental [no Brasil] é que a agenda política pode mudar após as eleições presidenciais de outubro, dando lugar a uma maior volatilidade no mercado e maior incerteza sobre as perspectivas de médio prazo", disse o FMI no documento.
Os dados são anteriores à volatilidade que enfraqueceu as moedas regionais e fez a Argentina pedir ajuda financeira ao Fundo.
O FMI projeta crescimento de 2% do PIB argentino em 2018.
A terceira maior economia da região e integrante do G20 negocia em Washington o acesso a um crédito de "stand-by" para tentar resolver a aguda crise financeira que fez o peso desabar nas últimas semanas.
O economista-chefe do FMI para o hemisfério ocidental, Alejandro Werner, tinha previsto apresentar o relatório em Lima, mas optou por permanecer em Washington, acompanhando as negociações com autoridades argentinas.
"Uma redução contínua do déficit fiscal primário (...) ajudaria a ancorar as expectativas inflacionárias com as taxas de juros mais baixas, reduzir a vulnerabilidade relacionada com as fortes necessidades brutas de financiamento fiscal", afirma o documento acerca da Argentina.
O FMI disse AINDA que o México —onde espera que o crescimento da produção acelere para 2,3% neste ano, ante 2% em 2017— se recuperará principalmente devido às suas exportações e maior crescimento de seu vizinho e mercado-chave, Estados Unidos.
Da mesma forma, o México se beneficiará de uma demanda interna mais forte "uma vez que diminua a incerteza sobre as negociações do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), as implicações potenciais da reforma tributária dos EUA e as eleições presidenciais no México em julho".
O candidato de esquerda Andrés Manuel López Obrador é considerado o favorito para vencer as eleições mexicanas, mas seu rival mais próximo, Ricardo Anaya encurtou a distância após um recente debate entre os cinco candidatos.
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