Greve de caminhoneiros barra produção de 129 fábricas de carne

BRF pode suspender atividades em até 12 fábricas ainda nesta quarta-feira

Planta de produção de carne de frango
Marcelo Toledo
Ribeirão Preto (SP)

A paralisação dos caminhoneiros autônomos, em seu terceiro dia, suspendeu as atividades de 91 mil trabalhadores de plantas industriais de carne bovina, suína e de aves nesta quarta-feira (23).

De acordo com a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), há 129 plantas paradas, principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país.

O cenário supera a expectativa da entidade para o dia. Nesta terça (22), cinco plantas estavam fechadas no país e o cenário para esta quarta previa ao menos 20 unidades sem condições para operar.

Elas fecharam porque, com a greve dos caminhoneiros, não está sendo possível levar os animais das granjas para abate e a produção não consegue deixar a indústria para chegar aos supermercados ou aos portos, para exportação.

“O impacto até aqui é imenso, muito relevante e importante, muito mais do que das outras vezes [em que caminhoneiros pararam]. A consequência final é o desabastecimento”, afirmou nesta terça Ricardo Santin, vice-presidente e diretor de mercados da ABPA, que representa mais de 140 agroindústrias e entidades vinculadas à avicultura e à suinocultura.

A entidade publicou comunicado sobre os riscos ao setor caso os bloqueios persistam nas rodovias do país.“A continuar este quadro, há risco de falta de produtos para o consumidor brasileiro. Animais poderão morrer no campo com a falta de insumos”, diz trecho de comunicado da associação.

Ainda segundo a ABPA, contratos de exportação poderão ser perdidos e há “um forte aumento de custos logísticos com reprogramação de embarque de cargas”.

BRF

A BRF suspendeu as atividades em quatro unidades de abate de frangos e suínos na manhã desta quarta-feira e irá paralisar parcial ou totalmente as operações de outras nove fábricas, ao longo do dia, em razão da greve dos caminhoneiros, de acordo com comunicado da companhia de alimentos.

“A medida decorre da falta do recebimento de matéria-prima, insumos e animais para abate, além da falta de caminhões para escoar produção acabada”, disse a BRF.

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