Descrição de chapéu greve dos caminhoneiros

Greve já afeta cirurgias em SC e pode interromper entrega de oxigênio em SP

Federação de hospitais envia carta a Temer alertando sobre desabastecimento

Cláudia Collucci
São Paulo

Chega a cinco o número de hospitais privados e filantrópicos de Santa Catarina que cancelaram cirurgias eletivas e outros nove enfrentam problemas de abastecimento de materiais por conta da greve dos caminhoneiros, segundo associações de hospitais.

Como os caminhões não estão circulando, as unidades não estão recebendo com regularidade remédios, alimentos e materiais.

O hospital particular Albert Einstein (foto), em São Paulo, tem posto de gasolina e frota próprios - Gustavo Lacerda/Folhapress

Cancelaram cirurgias o Hospital Caridade de Florianópolis, o Hospital São José de Maravilha e o Hospital Regional São Paulo, de Xanxerê. Dois deles, Hospital Bom Jesus (Ituporanga) e Hospital Maicé (Caçador), cancelaram cirurgias eletivas.

Outros nove estão com dificuldade de abastecimento. O Hospital São Sebastião, em Turvo, está com dificuldades de receber materiais e medicamentos, por exemplo. Já a Associação Hospitalar Beneficente de Pinhalzinho, está com pedidos de remédios atrasados.

Segundo Yussif Ali Mere Júnior, presidente do Sindicato e da Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, nas instituições paulistas, o principal temor é com os estoques de oxigênio. Os hospitais trabalham com reservas para dois ou três dias, no máximo. Se a greve persistir, a partir de amanhã já pode haver desabastecimento.

"A situação é extremamente preocupante", afirmou Ali Mere, que encaminhou nesta sexta (24) um e-mail para a Presidência e o Congresso alertando para a emergência da situação.

"Todo hospital consome muito oxigênio. São cirurgias, doentes na UTI, pacientes fazendo inalação nos pronto-socorros", diz Francisco Balestrin,  membro do conselho da Anahp ​ (Associação Nacional dos Hospitais Privados).


A Fehoesp (Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo) enviou nesta quinta comunicado ao presidente Michel Temer, à Câmara e ao Senado alertando sobre o possível desabastecimento de hospitais e demais serviços de saúde em razão da greve.

De acordo com a entidade, oxigênio, materiais, remédios e insumos podem começar a faltar nos estabelecimentos. O recolhimento do lixo hospitalar também tem sido comprometido, conforme o comunicado.

Em hospitais como o Albert Einstein e o Sírio Libanês, em São Paulo, os planos de contingência já estão a postos. "Temos o nosso próprio transporte fretado para buscar funcionários. E a empresa tem postos de gasolina próprios. A lavanderia também tem diesel estocado", afirma Sidney Klajner, presidente do Einstein.

SANTOS

A Prefeitura de Santos (SP) cancelou a vacinação contra o influenza (gripe) que seria realizada na casa de pacientes acamados ou com restrição de mobilidade.

A imunização ocorreria no sábado (26), mas a prefeitura não recebeu o lote de vacinas do governo estadual em razão dos bloqueios nas estradas.

A Secretaria Municipal de Saúde de Santos diz que aguardará a normalização do fornecimento de combustíveis para definir uma nova data para a vacinação.

A paralisação também está afetando o abastecimento de veículos da frota da prefeitura, exigindo racionamento e priorização de serviços essenciais.

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