O Brasil deve crescer neste ano bem menos do que o previsto, segundo economistas do Itaú. O crescimento do PIB deve ser de 2%, em vez dos 3% até hoje estimados pelo departamento de pesquisa macroeconômica do banco.
No “mercado”, ainda se estima crescimento de 2,7% para este ano (trata-se da mediana das previsões mais recentes da centena de estimativas privadas compiladas todas as semanas pelo Banco Central e publicadas no boletim Focus).
Os economistas atribuem a revisão de perspectivas à perda de ritmo da economia no primeiro trimestre e a dúvidas maiores sobre o futuro das reformas.
Há “fraqueza disseminada na indústria”. O ritmo de recuperação do emprego frustrou estimativas; a taxa de desemprego deve ser maior do que a antes prevista no final deste 2018. Fatores da melhoria modesta da economia em 2017 desapareceram.
“O indicador de demanda doméstica também arrefeceu, com os fatores momentâneos que sustentaram o consumo em 2017 (alta real dos salários durante a queda da inflação, aumento da ocupação informal e saque das contas inativas do FGTS) perdendo efeito, e a criação de empregos formais, que deveria ser o principal fator para novas altas da massa salarial real em 2018, desacelerando”, escreveram os economistas em relatório divulgado nesta sexta-feira (11).
A desvalorização do real tende a prejudicar a recuperação, no curto prazo, na opinião dos economistas do Itaú, que também revisaram suas estimativas para o dólar. Previam taxa de câmbio de R$ 3,25 por dólar para o final do ano, projeção revisada hoje para R$ 3,50 por dólar.
A previsão para o crescimento de 2019 também foi rebaixada, de 3,7% para 2,8%.
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