Japão avalia tarifas de retaliação no valor de US$ 409 mi contra EUA

Japão é o único grande aliado dos EUA que não recebeu isenções das tarifas impostas por Trump

Tóquio | Reuters

O Japão está avaliando tarifas sobre as exportações americanas no valor de US$ 409 milhões em retaliação às tarifas de importação sobre aço e alumínio impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou a mídia Iocal nesta quinta-feira.

Tal movimento seria um sinal de que Tóquio irá além de conversas e pedidos de isenções às sanções dos EUA.

Isso também ampliaria a crescente divergência que as políticas comerciais de "América Primeiro" de Trump estão criando entre as principais economias, o que ameaça desacelerar o comércio global e a atividade empresarial.

O Japão é o único grande aliado dos EUA que não recebeu isenções das tarifas impostas por Trump. Mas tem evitado seguir os passos da China e da União Europeia, que responderam à decisão dos EUA com ameaças recíprocas.

Isso pode mudar, já que meses de negociações não conseguiram convencer Washington a adicionar o Japão a uma lista de países isentos das tarifas dos EUA, dizem os analistas.

As tarifas retaliatórias de Tóquio sobre as exportações dos EUA seriam equivalentes ao valor das taxas impostas por Washington através de suas tarifas, informou a emissora pública NHK nesta quinta.

O governo está se preparando para notificar a OMC (Organização Mundial do Comércio) sobre o plano nesta semana, um procedimento necessário sob as regras do comércio global, de acordo com a NHK.

Analistas veem uma ameaça tão grande mais como uma tática de negociação para melhorar as chances de obter uma isenção dos Estados Unidos, embora seja uma mudança notável do tom comedido de Tóquio.

O principal porta-voz do governo do Japão, Yoshihide Suga, admitiu que o governo está considerando tomar medidas "necessárias" com base nas regras da OMC. Mas ele disse que nenhuma decisão final foi tomada.

Trump decidiu em março impor tarifas de importação de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio, provocando críticas de outros países por aumentar o risco de uma guerra comercial global.

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