Descrição de chapéu dólar câmbio

Mesmo com dólar alto, vale a pena comprar nos EUA; confira preços

Alguns produtos seguem tendo preços mais vantajosos no exterior; veja tabela ao fim do texto

Homem segura carrinho de malas com três malas empilhadas
Dos 48 produtos comparados, 33 são boas opções para quem vai viajar para fora - Leticia Moreira - 17.abr.2012/Folhapress
Natália Portinari
São Paulo

O dólar alto ainda não inviabilizou as compras de quem vai viajar para os Estados Unidos, ao menos nos itens mais desejados, como eletrônicos e enxoval de bebê.

A Folha comparou preços de 48 produtos nos Estados Unidos e no Brasil, considerando o Imposto sobre Operações Financeiras de 6,38%. Da lista de compras analisadas, 33 são boas opções para quem vai viajar para fora, e 15 são mais baratas no Brasil.

Os eletrônicos comparados pela reportagem são 63% mais caros no Brasil, mesmo em um cenário em que o dólar de turismo chegou a R$ 4 em casas de câmbio de São Paulo na sexta-feira (18).

Celulares importados, como o iPhone, não são contemplados pela Lei do Bem, que reduz a zero a alíquota de PIS/Cofins de eletrônicos —ou seja, são muito mais caros do que os produzidos no Brasil.

Por outro lado, perfumes, por terem uma margem de diferença pequena de preço entre aqui e os Estados Unidos, são os primeiros itens que podem ser descartados das compras de viagem —em média, são 4% mais baratos no Brasil.

O Carolina Herrera Good Girl, por exemplo, é 21% mais barato no site da Sephora brasileira do que no norte-americano. Já cosméticos, como batom e delineadores, ainda compensam, mas alguns têm uma vantagem pequena, como o batom matte da M.A.C..

“De maneira geral, ainda vale a pena comprar lá fora”, diz Marcel Balassiano, pesquisador de economia da FGV. “Aqui há uma elevada carga tributária que interfere muito.”

Balassiano aconselha os futuros turistas a comprar dólar aos poucos, para não serem pegos de surpresa pelo câmbio às vésperas da viagem.

Mesmo alto, o dólar ainda não assustou quem está viajando para os Estados Unidos em busca de pechinchas, segundo a “personal shopper” Priscila Goldenberg, que ajuda casais a montarem o enxoval de bebê em Miami.

“Só quando chegar a R$ 5 vai deixar de valer a pena vir para cá. Compensa para comprar carrinho, babá eletrônica, móbile, bomba para tirar leite, roupas”, diz Goldenberg, que atende 100 casais por mês.

Nos produtos para bebês, os preços são 80% maiores em lojas brasileiras como Alô Bebê e Amar Amar. A cadeirinha Skip Hop, por exemplo, sai por R$ 1.698 no Brasil e R$ 507 nos Estados Unidos, incluindo o IOF do cartão.

O limite de isenção tributária para compras de turistas brasileiros nos Estados Unidos é de US$ 500 (quase R$ 2 mil pela cotação ao final da semana passada).

“Tenho uma cliente que me disse outro dia: compro nos Estados Unidos porque sou pobre. Se fosse rica, comprava no Brasil”, diz Goldenberg.

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