Descrição de chapéu dólar câmbio

Ministro da Fazenda diz que turbulência no dólar vem do exterior

"Até o euro e a libra esterlina experimentaram desvalorização", disse Eduardo Guardia

Eduardo Guardia, ministro da Fazenda - Adriano Machado/Reuters
Mariana Carneiro Julio Wiziack
Brasília

O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou nesta sexta-feira (19) que a desvalorização do real reflete um movimento global do dólar, que empurra moedas de países emergentes para baixo.

"Até o euro e a libra esterlina experimentaram desvalorização hoje [sexta-feira, 18]", disse Guardia à Folha.

"O rands sul-africano desvalorizou mais do que o real, o peso mexicano teve queda semelhante à nossa. Chile, Colômbia, Turquia todos os emergentes foram afetados. Evidentemente que o Brasil não é e não ficará imune a este processo."

Guardia disse que o Brasil está preparado para enfrentar essa turbulência. "As contas externas têm posição bastante elevada, o déficit em conta corrente é financiado pelos investimentos estrangeiros e nossa inflação é baixa. Isso tudo dá segurança."

Guardia afirmou que ainda é cedo para avaliar a duração da turbulência cambial e que ela só será um problema se o real descolar do movimento verificado nas demais moedas de países emergentes.

"Não é possível combater uma tendência de valorização global do dólar. O que podemos fazer é evitar a excessiva volatilidade".

Segundo Guardia, a economia brasileira deve crescer menos neste ano, mas segue seu ritmo de retomada.

"Hoje, a média dos analistas é de 2,5% [de crescimento do PIB]. A economia vai crescer menos mas vamos olhar o filme. Os investimentos aumentaram. Os bens de capital cresceram 8% e o consumo de bens duráveis aumentou 16% no primeiro trimestre deste ano."

O ministro aproveitou para reforçar que o momento de nervosismo nos mercados serve de estímulo para levar adiante as reformas.

"O que precisamos fazer é avançar no processo de reformas. É isso que vai diferenciar o Brasil de outras economias emergentes. Precisamos completar o processo de consolidação fiscal", afirmou.

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