Segundo a Apas (Associação Paulista de Supermercados), não há nenhuma escassez de produtos secos, como macarrão, bebidas ou cereais nos estabelecimentos do estado de São Paulo.
"Não adianta a pessoa ir ao supermercado e comprar uma quantidade gigantesca de arroz", diz Carlos Correa, superintendente da Apas. O estoque desses produtos está garantido pelas próximas semanas.
A situação dos perecíveis, porém, é mais delicada. Os bloqueios nas rodovias federais interrompem o abastecimento de frutas e legumes do Ceagesp, entreposto comercial na zona oeste da capital, desde segunda-feira (21).
Muitos atacadistas compram do Ceagesp produtos que vêm de fora do estado pelas rodovias federais, que sofrem com a interrupção do fluxo de caminhões.
A Apas aponta que, devido a essa situação, os principais itens em falta em São Paulo são frutas, legumes, verduras, carne, leite e derivados.
"No início da semana [domingo], o comércio se abasteceu e fez as vendas. Depois, só conseguiram pegar produtos refrigerados", diz Correa. "Entre quarta e quinta, porém, deixaram de recolher esses produtos também, já que não se conseguia mais andar com caminhões na cidade [de São Paulo]."
As carnes vêm principalmente de frigoríficos fora de São Paulo, e são repostas em um ciclo de três a cinco dias. Ao enfrentarem bloqueios, as unidades interromperam a produção de carne por todo o país.
Já os pães são repostos a cada dois ou três dias. O mercado interno de São Paulo, porém, deve garantir que esses produtos não se esgotem nas prateleiras tão cedo.
A recomendação de não fazer estoques também se deve ao fato de que as estradas podem ser desobstruídas a qualquer momento, restaurando o abastecimento normal. A corrida por produtos pode piorar a situação dos supermercados.
Os varejistas têm, ainda, outras opções para minimizar a falta de estoque, como o uso de veículos pequenos para retirar alimentos dos Ceasa e o remanejamento de estoque entre lojas das mesmas redes, diz a Apas.
A prática adotada por alguns estabelecimentos, de aumentar preços em momentos de escassez e alta procura, é considerada abusiva ao consumidor e deve ser denunciada ao Procon.
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