Não há escassez de produtos secos, dizem supermercados paulistas

Alimentos perecíveis estão mais escassos, mas também não acabam tão cedo

Supermercado da rua Dias Ferreira, no Leblon (zona sul do Rio), com prateleiras vazias - Lucas Landau/Folhapress
Natália Portinari
São Paulo

Segundo a Apas (Associação Paulista de Supermercados), não há nenhuma escassez de produtos secos, como macarrão, bebidas ou cereais nos estabelecimentos do estado de São Paulo.

"Não adianta a pessoa ir ao supermercado e comprar uma quantidade gigantesca de arroz", diz Carlos Correa, superintendente da Apas. O estoque desses produtos está garantido pelas próximas semanas.

A situação dos perecíveis, porém, é mais delicada. Os bloqueios nas rodovias federais interrompem o abastecimento de frutas e legumes do Ceagesp, entreposto comercial na zona oeste da capital, desde segunda-feira (21).

Muitos atacadistas compram do Ceagesp produtos que vêm de fora do estado pelas rodovias federais, que sofrem com a interrupção do fluxo de caminhões.

A Apas aponta que, devido a essa situação, os principais itens em falta em São Paulo são frutas, legumes, verduras, carne, leite e derivados.

"No início da semana [domingo], o comércio se abasteceu e fez as vendas. Depois, só conseguiram pegar produtos refrigerados", diz Correa. "Entre quarta e quinta, porém, deixaram de recolher esses produtos também, já que não se conseguia mais andar com caminhões na cidade [de São Paulo]."

As carnes vêm principalmente de frigoríficos fora de São Paulo, e são repostas em um ciclo de três a cinco dias. Ao enfrentarem bloqueios, as unidades interromperam a produção de carne por todo o país.

Já os pães são repostos a cada dois ou três dias. O mercado interno de São Paulo, porém, deve garantir que esses produtos não se esgotem nas prateleiras tão cedo.

A recomendação de não fazer estoques também se deve ao fato de que as estradas podem ser desobstruídas a qualquer momento, restaurando o abastecimento normal. A corrida por produtos pode piorar a situação dos supermercados. 

Os varejistas têm, ainda, outras opções para minimizar a falta de estoque, como o uso de veículos pequenos para retirar alimentos dos Ceasa e o remanejamento de estoque entre lojas das mesmas redes, diz a Apas.

A prática adotada por alguns estabelecimentos, de aumentar preços em momentos de escassez e alta procura, é considerada abusiva ao consumidor e deve ser denunciada ao Procon.

 
 
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