Descrição de chapéu greve dos caminhoneiros

País ainda tem 616 pontos de concentração nas estradas e três pontos de bloqueio

O total de pontos de concentração representa um aumento em relação aos dados dos últimos dias

Natália Cancian
Brasília

Balanço divulgado pelo Ministério da Defesa e Polícia Rodoviária Federal aponta 616 pontos de concentração de caminhoneiros e outros manifestantes nas estradas na tarde desta terça-feira (29).

Apesar dos pontos, há apenas três pontos de bloqueios totais de rodovias, em Minas Gerais, Ceará e no entorno do Distrito Federal. Os locais exatos não foram divulgados por questões de segurança, informa a PRF.

Segundo o governo, em nenhum desses pontos em que há interdição total das rodovias o bloqueio ocorre por caminhoneiros.

Já o total de pontos de concentração representa um aumento em relação aos dados dos últimos dias. Na segunda-feira (28), eram 594. 

Até as 20h, a maioria dessas concentrações ocorria no Paraná (107) e Rio Grande do Sul (100). A PRF também tem alterado os termos de classificação para descrever o cenário nacional da paralisação no país, passando a adotar o termo "pontos de concentração" para definir os locais onde há manifestantes --antes, costumava chamar de "pontos de bloqueio" parcial, por exemplo. 


A medida também ocorre em meio à continuidade da paralisação mesmo após o anúncio de um acordo feito pelo governo com a categoria. Já a PRF e Ministério Extraordinário da Segurança Pública justificam a mudança como forma de deixar mais clara a situação nas rodovias.
 

“O número aumentou um pouquinho, mas as concentrações [de veículos] são bem menores”, afirmou o almirante Ademir Sobrinho, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas.

Segundo ele, muitos desses pontos são de manifestantes com outras reivindicações, além de caminhoneiros ainda localizados às margens das rodovias --muitos "com receio de sair das estradas” por medo de confrontos, diz.

"Inicialmente esse quantitativo [de pontos de concentração] era muito voltado para a manifestação de caminhoneiros. Depois que o governo terminou a negociação com os caminhoneiros, esses locais passaram a ser permeados por outras categorias e pessoas da comunidade local", diz Célio Constantino, corregedor-geral da PRF. "São pessoas que de certa forma estão inibindo os caminhoneiros de circular", diz.


A PRF afirma que está oferecendo escoltas para aqueles que querem retomar as atividades e atua na criação de corredores de livre circulação nas rodovias. 

Nesta terça, foram abertos três corredores: um entre Belo Horizonte e Brasília, outro entre Vilhena e Rio Branco (AC) e um terceiro entre Caracaraí (RR) e Boa Vista. A previsão é que outros sejam abertos ainda hoje e mais três na quarta-feira.

“Quando se abre o corredor, fazemos escolta [de caminhões]. E na medida em que o comboio vai passando, há um grupo precursor que vai nos pontos de concentração e avisa que o comboio vai passar para que mais caminhoneiros possam se juntar. Quando sentimos que a rodovia está segura, colocamos proteção só nos pontos críticos”, diz Sobrinho.

A PRF diz que encaminhou à AGU (Advocacia-geral da União) dados de 176 situações em que veículos estavam descumprindo a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de desobstruir as vias. As multas podem chegar a R$ 100 mil por empresa a cada hora e R$ 10 mil por dia a caminhoneiros autônomos que bloquearem estradas ou permanecerem em acostamentos durante manifestações.

PRISÕES

O balanço aponta ainda sete prisões até às 18h desta terça. Segundo a PRF, todas elas ocorreram após ação no interior de Maranhão, onde manifestantes bloqueavam vias e tentaram impedir caminhões de circular.

"Tivemos um incidente no Maranhão com um comboio de 80 caminhões para abastecer. Houve três bloqueios e no terceiro houve um confronto", diz Sobrinho. 

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