Mc Donald's diz que pode faltar produto do cardápio em algumas lojas

Redes de entrega de comida trocam ingredientes e buscam produtores menores

São Paulo

As manifestações dos caminhoneiros e a falta de combustíveis causam impactos em grandes redes de fast-food.

Em nota, o McDonald's disse que está acompanhando a situação de perto e fazendo o possível para manter a operação normalizada. No entanto, é provável que faltem alguns produtos do cardápio em alguns restaurantes da rede  em razão da falta de ingredientes e combustível causada pela greve dos caminhoneiros.

A empresa não forneceu mais detalhes sobre unidades com dificuldades para obter ingredientes.

Mc Donald's diz que ingredientes podem faltar devida aos bloqueios de rodovias e falta de combustível - Letícia Moreira/Folhapress

A rede de entregas de comida caseira Mineiro Delivery, com 60 unidades espalhadas pelo Brasil, pode ter de interromper suas operações em todas elas na segunda-feira.

Dhionatan Paulino, sócio da companhia, explica que a empresa estoca poucos produtos e compra verduras e legumes diariamente, por trabalhar com comida feita em estilo caseiro.

Nesta sexta-feira, 70% das unidades estão com produtos faltando. Para náo deixar de atender clientes, a rede está dando descontos, que variam de R$ 1 a R$ 5, quando algum prato vai com receita faltando ingredientes.

Outro efeito da greve dos caminhoneiros sobre a rede está nas entregas. Nos primeiros dias, mais clientes pediram delivery para não gastar gasolina comendo fora, diz.

Porém, conforme a semana avançou, os motoboys que fazem entrega para a rede também começaram a ter dificuldades para abastecer.

Agora, em vez de levar um ou dois pratos por vez, estão levando até dez, conta Paulino.

Outra rede que vem buscando alternativas para lidar com a falta de ingredientes é a Tico's, do interior de São Paulo.

Como as verduras compradas de Itapecerica da Serra (SP) pararam de chegar a Birigui (SP), onde fica a produção da empresa, ela passou a comprar diretamente de hortas mantidas por produtores locais.

Para conseguir batata-frita, a companhia contratou um frete que chegou de madrugada, aproveitando momento de menos atenção dos caminhoneiros em protesto.

Tiago Stabile, sócio do negócio, diz que a rede consegue trabalhar desta forma por mais uma semana. Depois disso, a produção local não será suficiente para abastecer os restaurantes.

As lojas também passaram a enviar ingredientes entre sí para que as que tinham mais ajudassem a cobrir desabastecimentos no cardápio das outras. 

Ele diz que foi possível ter lucro nesta semana, mesmo com custos maiores.

"A gente tem de se preocupar mais em manter o cliente abastecido do que com o custo que isso terá."

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