Descrição de chapéu greve dos caminhoneiros

Pedir intervenção militar desmoraliza o bom caminhoneiro, diz líder

José da Fonseca Lopes, presidente da Abcam, diz que intervencionistas sequestraram movimento

Protesto em apoio à greve de caminhoneiros e contra o presidente Michel Temer, em Brasília
Protesto em apoio à greve de caminhoneiros e contra o presidente Michel Temer, em Brasília - Ueslei Marcelino/Reuters
 
Natália Portinari
São Paulo

José da Fonseca Lopes, presidente da Abcam (Associação Brasileira de Caminhoneiros), é favorável ao fim das paralisações, já que Temer cedeu às demandas da categoria na noite deste domingo.

A julgar pelo balanço de 557 pontos de bloqueio nas estradas, divulgado pelo ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) na tarde desta segunda-feira (28), muitos caminhoneiros discordam.

"Não é mais o movimento dos caminhoneiros, são grupos que pedem intervenção militar, querem derrubar o governo. Sendo que quem está negociando conosco é o presidente da República", diz Fonseca, em entrevista à Folha

Ele está pedindo para líderes regionais cessarem o movimento e afirma ser contrário aos pedidos de intervenção militar, que têm aparecido em alguns dos protestos.

"Gostar do Temer, não gosto, mas não vamos trabalhar nessa linha [militarista]."

"O movimento começou como uma coisa natural. Agora estou em 30 grupos de WhatsApp onde só entra besteira. Pedir intervenção militar desmoraliza o bom caminhoneiro", afirma.

Segundo Fonseca, até o fim da tarde desta segunda-feira, muitos caminhoneiros devem retornar ao trabalho. Ele nega que o movimento tenha ganhado vida própria. "É só uma morosidade acima do esperado para que haja uma resposta deles [ao anúncio do governo]."

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