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Petrobras hoje é muito diferente do que era antes da Lava Jato, diz Parente

Pedro Parente, presidente da estatal, comentou alta de 56,4% no lucro do 1º trimestre de 2018

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Pedro Parente
O presidente da Petrobras, Pedro Parente - Pedro Ladeira-27.nov.17/Folhapress
Rio de Janeiro

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou nesta quinta que a estatal hoje é muito diferente do que era quando a Operação Lava Jato começou. Nesta terça (8), a companhia apresentou seu maior lucro desde o primeiro trimestre de 2013.

O lucro de R$ 6,96 bilhões obtido no primeiro trimestre de 2018 foi impulsionado pela escalada das cotações internacionais do petróleo, mas Parente defende que é resultado também do processo de recuperação da empresa iniciado após a Lava Jato.

"Essa é uma empresa totalmente diferente daquela que existia quando a Lava Jato começou", afirmou o executivo, em entrevista para detalhar o balanço. A operação teve início em 2014 e descobriu um esquema de corrupção envolvendo empreiteiras, políticos e empregados da companhia.

Nesta terça, a força-tarefa da Lava Jato deflagrou a 51ª fase da operação, chamada Dejà Vu, que investiga pagamento de propina de R$ 200 milhões a executivos da estatal por contrato firmado em 2010 com a Odebrecht. Entre os alvos, estão três ex-executivos da estatal.

O reconhecimento de perdas com corrupção e projetos deficitários custou à companhia prejuízos anuais entre 2014 e 2016. Em 2017, o resultado foi negativo pela provisão de R$ 9,8 bilhões para suspender ação de investidores americanos por perdas com corrupção.

Parente disse que hoje a empresa está mais preparada em termos de governança e conformidade, a partir da adoção nos últimos anos de medidas para tentar coibir a corrupção.

"A empresa sempre teve preocupação muito grande com aspectos ambientais, de qualidade, jurídicos e financeiros, mas não com a governança", disse João Elek Junior, primeiro diretor de Governança e Conformidade da companhia, que está deixando o cargo neste mês.

O plano da Petrobras para enfrentar a crise pós-Lava Jato, porém, enfrenta grandes resistências entre partidos de oposição ao governo Temer e sindicatos de trabalhadores da estatal, por ser baseado na venda de ativos para redução do endividamento.

Há hoje 16 processos de venda de ativos em negociações. Outros sete já foram fechados —o último, de US$ 2,9 bilhões, refere-se à venda de 25% do campo de Roncador, na Bacia de Campos, à norueguesa Statoil.

Na semana passada, a companhia lançou o mais ambicioso deles, que prevê a venda de 40% dos ativos de refino das regiões Sul e Nordeste. Parente disse acreditar que a companhia chegará ao fim de 2018 atingindo a meta de negociar US$ 21 bilhões em ativos.

Os recursos estão sendo usados para antecipar o pagamento de dívidas. No primeiro trimestre, o endividamento líquido da estatal somou R$ 270,7 bilhões, 3,5% a menos do que nos primeiros três meses de 2017 e 32,7% menor do que o pico de R$ 402,3 bilhões atingido no terceiro trimestre de 2015.

Além disso, do ponto de vista operacional, a companhia reduziu o quadro de empregados, anunciou sua saída de segmentos de negócios considerados não estratégicos e passou a priorizar a contratação de equipamentos ao menor custo, ao invés de priorizar a indústria nacional.

"Estamos cumprindo à risca o que prometemos no nosso plano de negócios anunciado em 2016 e o resultado do primeiro trimestre mostra que as escolhas têm sido acertadas", escreveu Parente, em comunicado sobre o resultado do primeiro trimestre.

Em anos anteriores, porém, o lucro de alguns trimestres acabou sendo revertido nos meses finais em prejuízo, com provisões ou baixas contábeis em valores de ativos.

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