Preço da batata quadruplica com falta de produtos na Ceasa do Rio

Batata inglesa do tipo lisa foi de R$ 74 o saco de 50 kg para R$ 350

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Caminhões parados bloqueiam a Santos Dumont perto de Magé, no Rio
Caminhões parados bloqueiam a Santos Dumont perto de Magé, no Rio - Mauro Pimentel/AFP
Rio de Janeiro

Protestos de caminhoneiros nas estradas que dão acesso ao Rio na manhã desta quarta-feira (23) provocaram desabastecimento e alta de preços na Ceasa, o principal centro de distribuição de alimentos do estado.

No coração da Avenida Brasil, em Irajá, zona norte da capital, o centro de distribuição recebe diariamente de 300 a 500 caminhões de frutas, verduras, legumes, cereais e pescado. Nesta quarta, porém, apenas 70 cruzaram o portão.

A escassez fez preços de alguns alimentos quadruplicarem, como é o caso da batata inglesa. Na semana passada, a batata inglesa do tipo lisa saia a R$ 74 o saco de 50 kg. Nesta quarta pela manhã, era vendida a R$ 350, alta de 373% —o preço atual é 4,7 vezes preço da semana anterior.

A caixa de 20 kg de batata doce mais que dobrou, ao registrar alta de 129% —era R$ 24 e foi para R$ 55. Já a cenoura, na caixa de 18 kg, subiu de R$ 36 para R$ 60 —alta de 66%. Por fim, a caixa de 1,2 kg de morango, que custava R$ 12, passou a R$ 18, numa alta de 50% em uma semana. 

Os alimentos distribuídos no Ceasa são vendidos aos principais supermercados do Rio, além de abastecerem feiras livres por todo o estado. Segundo a administração do centro de abastecimento, o consumidor final deverá sentir em breve a alta de preços, que vinham em movimento de queda antes da greve. 

O mercado atacadista funciona de acordo com a oferta e a procura. São 860 produtores cadastrados e 600 comerciantes. A Ceasa recebe em média 50 mil pessoas por dia.

O estoque é calculado semanalmente. De acordo com a administração, ainda não há falta de produtos específicos. O que ocorre é a menor quantidade disponível de alguns alimentos, principalmente os que são enviados de Minas Gerais, caso da batata inglesa, por exemplo. 

A expectativa é que se caso a greve continuar, é possível que até a próxima sexta-feira (25) ocorram mais altas de alimentos. 

O desabastecimento foi observado também em mercados. A rede Diamante, que tem unidades em Copacabana, zona sul, e Niterói, região metropolitana, chegou a ficar com prateleiras de verduras vazias durante esta quarta. Uma folha de papel foi afixada nos locais avisando da falta de alimentos em razão do protesto de caminhoneiros no país. 

COMBUSTÍVEL

Além dos alimentos, o protesto de caminhoneiros afeta o abastecimento de combustíveis. Na manhã desta quarta, houve dificuldades para os ônibus da capital saírem das garagens por falta de diesel.

O metrô e os trens urbanos tiveram aumento na procura durante o período de ida para trabalho. Algumas bombas de postos de na zona norte ficaram secas. 

Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, que atua somente na capital fluminense, 30% dos postos da cidade relataram ou falta de gasolina ou de etanol. 

Desde a última segunda-feira (21) que os postos estariam sem receber novas cargas de combustíveis e operam com os estoques da semana passada.

Os mais afetados seriam postos que não fazem parte de alguma rede e não têm, portanto, caminhões próprios para abastecimento. Já os postos de redes estariam com estoques para mais dois a três dias de consumo, segundo o sindicato. 

Os protestos de caminhoneiros também tiveram impacto no trânsito da cidade do Rio e em rodovias do estado. Durante a manhã, caminhoneiros saíram em carreata pela avenida Brasil e chegaram, por volta das 11h, ao centro da cidade. Houve bloqueios também na rodovia BR-101, próximo à Campos dos Goytacazes, no norte do estado, e próximo a Itaboraí, na região metropolitana. 

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