Prefeitura de SP estima até R$ 150 milhões em perdas durante paralisação

Prefeitura tenta aumentar de três para 16 o número de postos de gasolina que atendem os serviços essenciais

São Paulo

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), estimou entre R$ 100 e R$ 150 milhões a perda de arrecadado da administração municipal em uma semana de paralisação de caminhoneiros

Para conter a crise provocada pela falta de abastecimento, a prefeitura tenta aumentar de três para 16 o número de postos de gasolina que atendem os serviços essenciais, como transporte e saúde. Caso se concretize, a ideia é incluir serviços não operados pela rede municipal, como farmácias, na lista dos que podem abastecer nessas unidades. 

Órgãos como a Eletropaulo e a Comgas já foram incluídos nesses postos. 

As cirurgias eletivas da rede municipal, cerca de 100 por dia, que representam metade do total, estão suspensas nesta segunda-feira (28), para garantir os estoques de medicamentos e outros itens como gazes para as cirurgias emergenciais. Os serviços laboratoriais também só trabalham para emergências. 

As unidades de saúde funcionam normalmente, diz a prefeitura, mas há faltas de profissionais que não conseguem chegar ao trabalho, assim como no caso de escolas, que têm registrado faltas de alunos. 

Dos um milhão de alunos da rede municipal, 70 mil dependem do transporte escolar da prefeitura. Uma parte dos transportadores parou também com a greve. 

A merenda da rede municipal ainda não mudou, mas a prefeitura estuda um “cardápio especial”, que deve ter merenda seca, para os próximos dias. A ideia é priorizar a comida do ensino infantil em detrimento do ensino fundamental e médio, disse o prefeito. 

Na manhã desta segunda-feira (28), 68% da frota de ônibus municipal circulou na cidade, em média, durante o horário de pico. No entrepico, a frota deve ficar em 60%. À noite, a meta é garanti-la entre 68% e 80%. 

Há combustível suficiente para que a mesma frota circule na terça, disse o prefeito, e o desafio atual é garantir diesel para a circulação na quarta. 

Os maiores abastecimentos ocorreram com 500 litros de diesel escoltados de uma distribuidora no Ipiranga e 1 milhão de litros de uma distribuidora em Barueri. 

“Queria eu poder garantir até semana que vem”, disse o prefeito. 

O serviço funerário, que também está garantido até terça, tem uma autonomia de apenas 24 horas, já que não há espaço para estoque de combustível. 

A prefeitura pode, mas ainda é receosa a decretar feriado municipal ou ponto facultativo. “É uma medida extrema pelo impacto que tem na arrecadação e no sistema financeiro”, disse o prefeito. “Não é ainda o momento”. 

Covas chamou de “ação oportunista para piorar ainda mais a situação de São Paulo” a possibilidade de outras categorias também paralisarem. “A gente espera o bom senso”.

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