Descrição de chapéu João Doria

Promotores fazem busca na casa de ex-diretora do Ilume, suspeita de fraude

Departamento de iluminação da prefeitura de São Paulo virou alvo após vazamento de áudios

Joana Cunha
São Paulo

​A casa de Denise Abreu, ex-diretora do Ilume (departamento de iluminação pública do município de São Paulo), e as instalações do Ilume foram alvo de busca e apreensão nesta quarta-feira (2). 

​A operação decorre de um escândalo que estourou em março quando vieram a público gravações em que Denise Abreu demonstrava preferência por um dos consórcios na disputa pelo contrato da maior PPP (Parceria Público-Privada) de iluminação do mundo. O contrato é de R$ 7 bilhões com validade de 20 anos.

Denise Abreu, que foi demitida do Ilume após vazamento de gravações que colocaram contrato sob suspeita, com o ex-prefeito João Doria
Denise Abreu, que foi demitida do Ilume após vazamento de gravações que colocaram contrato sob suspeita, ao lado do ex-prefeito João Doria - Reprodução TV Globo

As buscas desta quarta-feira foram realizadas pelos promotores de Justiça do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e do Patrimônio Público e Social da Capital Letícia Ravacci, Neudival Mascarenhas e José Carlos Blat.

"Os promotores investigam pagamento de vantagens indevidas a ex-funcionários do Ilume e já recomendaram a suspensão e posterior rescisão do contrato subscrito recentemente entre a administração municipal de São Paulo e o consórcio FM Rodrigues, vencedor da licitação da PPP (Parceria Público-Privada) da iluminação pública", informa o comunicado do Ministério Público de São Paulo.

A medida de busca e apreensão foi autorizada pelo Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais e Polícia Judiciária) de São Paulo e teve auxílio de policiais do GOE (Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil).

Procurado, o advogado de Denise Abreu, Roberto Podval, não quis comentar o assunto. 

Divulgados no dia 21 de março, os áudios foram gravados por uma ex-funcionária do Ilume, Cristina Chaud Carvalho, no segundo semestre do ano passado. As gravações mostram Denise Abreu declarando preferência pelo consórcio FM Rodrigues/Consladel, que viria a vencer a disputa pelo contrato bilionário no início deste ano, graças à desabilitação do consórcio adversário, o Walks —formado pelas empresas Quaatro Participações, a WPR (subsidiária do grupo WTorre) e a KS Brasil Led Holdings. ​
 

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