Descrição de chapéu FMI

Sem reformas, Brasil não cresce, diz FMI

Fundo sugere aumento da idade mínima para aposentadoria e menos vantagens no setor público

Christine Lagarde, diretora do FMI, em fórum na Rússia
Christine Lagarde, diretora do FMI, em fórum na Rússia - Dmitri Lovetsky/AP
Estelita Hass Carazzai
Washington

Em um novo relatório sobre o Brasil, divulgado nesta sexta (25), o FMI (Fundo Monetário Internacional) afirmou que a recuperação econômica do país é “frágil”, e sugeriu novas reformas no setor público, como a da previdência e a redução do custo bancário.

“Sem reformas adicionais, as perspectivas de crescimento são pouco inspiradoras”, informou o órgão, no relatório do chamado Artigo 4º, que faz uma avaliação anual da economia dos seus países-membros.

O sistema tributário, que tem sido um dos alvos do protesto de caminhoneiros que parou o país, em função do impacto no preço do combustível, precisa ser simplificado, defende o FMI, que pede esforços para harmonizar os regimes federal e estaduais.

O Fundo destacou que os custos sociais da recessão foram graves, com um elevado nível de desemprego e o aumento da pobreza, e que é preciso “forte liderança e determinação” para conduzir as reformas necessárias ao crescimento.

Entre as principais, está a da previdência, que o órgão afirma ser uma “necessidade”.

“Os gastos com a previdência social são muito altos, crescentes e insustentáveis —claramente, o Brasil é um ponto fora da curva entre a maioria das economias emergentes, inclusive na América Latina”, disse o relatório.

A sugestão é aumentar a idade mínima para a aposentadoria, desvincular o piso do salário mínimo e corrigir a “generosidade indevida” nas aposentadorias de alguns segmentos da população, “sobretudo dos funcionários públicos”.

O órgão também recomenda a revisão da fórmula de reajuste do salário mínimo, bem como da remuneração dos servidores públicos, “para reduzir distorções no mercado de trabalho”.

Por outro lado, o FMI elogia a implantação do teto de gastos, a reforma trabalhista e novas medidas para facilitar o crédito, como o cadastro positivo, assim como a atual política monetária, que afirma ser “apropriada”.

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