Sócia da Caldwell Partners busca a vocação para inovar

Esta é a 3ª entrevista de Flavio Ferrari em uma série de encontros para o livro 'Atitude Digital'

Ana Claudia Reis é sócia brasileira responsável por Tecnologia da Informação da Caldewell Partners na América Latina
Ana Claudia Reis é sócia brasileira responsável por Tecnologia da Informação da Caldewell Partners na América Latina - Divulgação
 
Flavio Ferrari
São Paulo

As empresas especializadas na contratação de executivos (Executive Search) têm um papel muito importante para o destino das organizações. A elas compete a tarefa de identificar e atrair líderes excepcionais e capazes de conduzir as mudanças críticas demandadas nos momentos de transição.

Ana Claudia Reis é a sócia brasileira responsável pelo mercado de Tecnologia da Informação da Caldewell Partners na América Latina e em tempos de grandes mudanças tecnológicas é permanentemente acionada pelas grandes corporações e fundos de investimentos especializados para ajudá-los no processo de transformação digital.

Ana Claudia acredita que “as novas tecnologias, genericamente chamadas de digitais, são apenas facilitadores da transformação necessária para atender as novas demandas dos consumidores”.

Segundo ela, o primeiro passo para apoiar seus clientes no processo de transformação é ajudá-los a descobrir e assimilar o que significa ser digital dentro de seu modelo de negócio para, então, começar a desenhar a descrição dos profissionais que poderão apoiar essa transformação.

Seu trabalho não termina na identificação e atração dos potenciais candidatos. A empresa precisa ser preparada para receber o novo profissional que será um catalisador de mudanças significativas num ambiente que está, via de regra, acomodado em sua zona de conforto, mesmo quando passa por dificuldades.

“Com frequência, quando a empresa sente que precisa contratar um profissional sênior com perfil inovador é porque aqueles colaboradores que tinham espírito transformador já deixaram a organização. Isso significa que o choque cultural será inevitável, e o alto comando da empresa precisa estar preparado para dar total apoio ao recém-chegado. Cuidamos da seleção do perfil alinhado ao propósito, mas é fundamental garantir o processo de adaptação, da convivência com o diferente.”

Uma das sugestões da Ana Claudia é a inclusão de conselheiros com perfil de tecnologia, sempre que possível com experiência de negócio, no quadro da empresa.

“Como o planejamento do futuro do negócio acontece no âmbito do conselho, a presença de um especialista em tecnologia estimula a inovação com foco em novos negócios [corporate innovation], e não apenas em produtos e processos.”

Ana Claudia considera que o líder transformador irá atuar na cultura organizacional abrindo caminhos para que a inovação possa acontecer. Sem isso, novas tecnologias tenderiam a ficar restritas às áreas de infraestrutura e suporte a processos produtivos, distante de novos negócios.

“Não é fácil encontrar profissionais que, além de capacitados para liderar uma organização, aliem conhecimento de negócios e de tecnologia com a vocação para inovar. Mas é disso que as empresas precisam nesse momento”.

Uma boa alternativa para momentos de transição é a formação de um Conselho Consultivo, com a participação de especialistas de formação diversificada. Esse time de profissionais poderá orientar e apoiar as decisões do Conselho Administrativo ou dos sócios de empresas familiares e funcionar como mentores dos executivos da organização durante e após o processo de transformação.

Flavio Ferrari é consultor e palestrante em comunicação, inovação e transformação digital. Foi diretor dos institutos Kantar Media, Ipsos e GfK. Esta entrevista faz parte de uma série de encontros para o livro "Atitude Digital", com o apoio da ABA (Associação Brasileira dos Anunciantes)

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