Descrição de chapéu racismo

Starbucks faz acordo com homens presos nos EUA em caso que gerou acusação de racismo

Detenção de negros levou empresa a anunciar fechamento de lojas para treino contra discriminação

Três mulheres negras seguram cartazes de protestos em frente ao Starbucks da Filadélfia, onde dois fregueses negros foram detidos por estarem sentados a uma mesa da loja sem terem feito pedidos
Protesto em frente ao Starbucks da Filadélfia, onde dois fregueses negros foram detidos por estarem sentados a uma mesa da loja sem terem feito pedidos - Ron Todt / AP
Nova York | Financial Times

A Starbucks fechou acordo, por quantia não revelada, com dois fregueses negros que foram detidos depois que o gerente de um dos cafés da empresa chamou a polícia para removê-los porque estavam sentados a uma mesa da loja e não haviam pedido comidas ou bebidas.

A detenção ocorrida em abril foi registrada em vídeo e vista por milhões de pessoas na internet, e causou uma crise na cadeia de cafés cujo valor de mercado é de US$ 80 bilhões, colocando em questão seu compromisso para com a igualdade racial.

Depois de um procedimento de mediação conduzido por um juiz federal aposentado e do que a empresa definiu como "negociações construtivas", a Starbucks divulgou um comunicado previamente acordado com os dois homens envolvidos, Donte Robinson e Rashon Nelson.

O acordo fechado esta semana "permitirá que ambas as parte sigam em enfrente e continuem a dialogar, e explorará maneiras de impedir que ocorrências semelhantes surjam em outras unidades da Starbucks", afirma o comunicado.

O acordo inclui indenização financeira de valor não revelado e uma oferta para que Robinson e Nelson concluam seus cursos superiores por meio do Starbucks College Achievement Plan, uma parceria que paga as mensalidades de funcionários da empresa na Universidade do Arizona.

Em acordo separado com o governo municipal de Filadélfia, os dois homens receberam cada qual uma indenização simbólica de US$ 1, e uma promessa das autoridades de que criarão um programa de US$ 200 mil para apoiar jovens empreendedores.

A Starbucks anunciou planos para fechar suas mais de 8.000 lojas nos Estados Unidos para uma tarde de treinamento contra a discriminação, em 29 de maio.

A empresa anunciou na quarta-feira que Robinson e Nelson teriam a oportunidade de oferecer recomendações a Eric Holder, secretário da Justiça dos Estados Unidos no governo Obama, "como parte dos esforços de diversidade e equanimidade que a empresa promove em longo prazo".

Kevin Johnson, presidente-executivo da Starbucks, agradeceu aos dois homens por "se disporem a essa reconciliação". A Starbucks tomará novas medidas, ele acrescentou, para "reparar e reafirmar nossos valores e visão quanto ao tipo de empresa que queremos ser"

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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