Turbulência passou, diz Macri sobre dólar na Argentina

Presidente da Argentina negou que ir ao FMI foi uma medida exagerada

Presidente da Argentina, Mauricio Macri - AFP
Buenos Aires

O presidente Mauricio Macri deu no fim da tarde desta quarta-feira (16) uma entrevista a jornalistas na Residência de Olivos em que afirmou que a “turbulência” que o país viveu nos últimos dias está “superada” e fez uma autocrítica, a de “por meu temperamento sempre otimista ter colocado metas muito ambiciosas e muitos se irritaram com isso”.

Diante das várias perguntas que recebeu sobre porque recorrer ao FMI (Fundo Monetário Internacional), Macri disse: “estamos gastando mais do que temos e isso é uma carga que nos gera vulnerabilidade. Dependemos que o mundo nos empreste. A velocidade da redução do déficit não é suficiente. É um problema que carregamos há 70 anos. Passou da hora de resolvermos.”

Afirmou que entendia que o “medo e o nervosismo” tenham sido transferidos à população, mas garantiu que a estabilização do dólar e a segurança que a linha de crédito do FMI ajudarão a Argentina a manter o caminho que sua equipe crê ser o correto.

Também repassou suas atividades dos últimos dias, em que se reuniu com senadores e governadores para explicar as medidas, e, para estes últimos, que fizessem um esforço de conter os gastos sociais.

“Reconheço o esforço dos argentinos nos últimos dois anos e quatro meses. Mas continuamos tendo o mesmo problema de fundo e precisamos reverte-lo. Temos que nos livrar dessa pesada mochila.”

Macri negou que ir ao FMI fosse uma medida exagerada. “Trata-se de uma ferramenta que está por fora dos mercados, com esse acordo vamos melhorar o futuro dos argentinos.”

E garantiu que o acordo, que será negociado nas próximas semanas “será um bom acordo”. E acrescentou: “Podemos ir ao Fundo porque não temos nada que esconder. Em meu governo não guardamos dinheiro sujo em conventos”, disse, ironizando o governo kirchnerista, acusado de guardar bolsas de dinheiro público desviado num monastério.

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