Acordos do Serpro com empregados somam mais de 40% do patrimônio da empresa

Pagamento será parcelado em mais de 50 vezes e não inviabiliza a empresa, diz direção

Laís Alegretti
Brasília

O Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) fechou dois acordos na Justiça do Trabalho nesta semana que somam o pagamento de R$ 326 milhões a pouco mais de 500 funcionários.

O valor representa 43% do patrimônio líquido do Serpro, que hoje está em R$ 760 milhões, de acordo com a empresa.

Fachada do prédio do TST em Brasília - Alan Marques/Folhapress

O pagamento não inviabilizará o funcionamento do órgão porque será feito de forma gradual, em mais de 50 parcelas, a depender do caso, segundo a diretora-presidente do Serpro, Glória Guimarães.

"A forma de pagamento é parcelada, e aí conseguimos colocar no fluxo de caixa da empresa", disse. 

Glória Guimarães aponta que o acordo foi a melhor solução porque uma eventual condenação poderia, de fato, inviabilizar a continuidade do Serpro.

"Um acordo sempre é a melhor forma. A gente acredita que, se houvesse julgamento, poderia inviabilizar o funcionamento da companhia", afirmou.

O Serpro é a empresa pública que atua na área de tecnologia da informação para o governo e para o setor privado.

Um dos processos se refere a uma reclamação trabalhista feita por 564 empregados que foram cedidos ao Ministério da Fazenda e alegaram desvio de função. O caso, no qual os funcionários pedem equiparação salarial com o cargo de técnico do Tesouro Nacional, tramita desde 1989.

O acordo, no valor de R$ 246 milhões, foi firmado no âmbito do TST (Tribunal Superior do Trabalho) com 511 trabalhadores. De acordo com o Serpro, o valor representa menos de 20% do risco apurado pela empresa no caso, de R$ 1,3 bilhão. As 53 pessoas que não quiseram firmar o acordo aguardam decisão do TST.

O outro caso, que tramita no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) do Rio de Janeiro, é de 12 empregados que foram demitidos em 1989 e pediram reintegração. Dez deles fecharam acordo, que totaliza um pagamento de R$ 80 milhões. Os outros dois trabalhadores esperam decisão do tribunal.

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