Após paralisação nas estradas, vendas de etanol batem recorde

Comercialização do combustível atingiu 1,41 bilhão de litros na região centro-sul

Marcelo Toledo
Ribeirão Preto (SP)

Na primeira quinzena após a paralisação dos caminhoneiros nas estradas do país, a comercialização de etanol bateu novo recorde e atingiu 1,41 bilhão de litros na região centro-sul, conforme dados divulgados nesta terça-feira (26) pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).

O volume dos primeiros 15 dias de junho representa um aumento de 48,15% em comparação com a mesma quinzena em 2017, quando foram vendidos 952,35 milhões de litros.

De acordo com a entidade, o crescimento nas vendas se deve ao etanol hidratado –utilizado diretamente no abastecimento de veículos nos postos–, que registrou alta nas vendas de 66,54% em comparação com junho do ano passado. Foram 907,07 milhões de litros agora, ante os 544,67 milhões de litros da safra 2017/18.

Já o etanol anidro –misturado à gasolina– teve crescimento de 23,57% nas vendas, com 503,79 milhões de litros, ante 407,68 milhões comercializados na mesma quinzena do ano passado.

“Com a normalização das operações no setor de combustíveis [após os protestos nas rodovias], houve a retomada das vendas pelas unidades produtoras para atender o consumo e a recomposição dos estoques operacionais dos distribuidores, postos de revenda e dutos”, disse, por meio de sua assessoria, o diretor-técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.

Os dados contrastam muito com relatório sobre a segunda quinzena de maio divulgado pela associação de usinas.

No período, as indústrias do centro-sul perderam em média, 4,5 dias de produção. No Paraná, que teve protestos intensos, a perda de produção alcançou dez dias de moagem de cana, devido à falta de diesel e de outros insumos necessários à produção.

Enquanto foram moídas 32,38 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na segunda quinzena de maio –a expectativa era de 45 milhões–, nos primeiros 15 dias de junho o total alcançou 42,03 milhões de toneladas, 6,4% mais que as 39,5 milhões de igual período em 2017.

Apesar da perda de dias de produção em maio, o acumulado da safra indica alta na moagem: foram 176,97 milhões de toneladas até 15 de junho, enquanto no mesmo período da safra passada o total chegou a 151,71 milhões.

O novo relatório da associação confirma ainda que a maior parte da cana está sendo usada para produzir etanol (64,98% desde o início da safra, ante 35,02% destinadas à fabricação de açúcar).

A Unica representa 50% da produção de cana e 60% do total de etanol produzido no país.

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