BC europeu anuncia fim de compra de títulos e vê juro estável até 2019

Em três anos de programa, BCE injetou mais de 2 trilhões de euros comprando títulos

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Pombos voam perto de escultura com símbolo do euro do prédio do BCE, em Frankfurt, na Alemanha
Pombos voam perto de escultura com símbolo do euro do prédio do BCE, em Frankfurt, na Alemanha - Michael Probst/AP
Riga (Letônia) | Reuters

O BCE (Banco Central Europeu) decidiu nesta quinta-feira (14) encerrar o programa de compra de títulos de 2,55 trilhões de euros no final deste ano e informou que os juros permaneceriam inalteradas até o terceiro trimestre de 2019.

Entre outubro e dezembro, o BCE planeja comprar 15 bilhões de euros em títulos por mês e fechar o esquema no final do ano. 

"O Conselho do BCE espera que a taxa de juros permaneça nos níveis atuais pelo menos até ao verão de 2019 e durante o tempo necessário para garantir que a evolução da inflação se mantenha alinhada com as expectativas atuais de trajetória de ajuste sustentado", disse o BCE em um comunicado.

A decisão da autoridade monetária está de acordo com as expectativas dos investidores.

O BCE já injetou mais de 2 trilhões de euros comprando títulos desde 2015 e manteve sua taxa de depósito abaixo de zero, efetivamente cobrando dos bancos pelo seu dinheiro ocioso, por quatro anos em uma tentativa de evitar a ameaça de um declínio destrutivo nos preços, conhecido como deflação.

Quando o programa de compra de títulos foi anunciado, a previsão inicial era que ele durasse até o final de setembro de 2016. 

À época, o programa encontrou resistência de representantes alemães do Conselho do BCE –que reúne 25 membros. Eles se opunham ao que consideravam uma "transferência de riqueza" para países mais pobres da zona do euro, como Grécia e Itália.

Com a decisão desta manhã, a taxa do BCE sobre os depósitos bancários, que atualmente é sua principal ferramenta de taxa de juros, permanece em -0,40%, e é vista subindo até 10 pontos básicos em meados de 2019.

A taxa de refinanciamento, que determina o custo do crédito na economia, permaneceu inalterada em zero, enquanto a taxa de empréstimo overnight para bancos permanece em 0,25%.

INFLAÇÃO

O BCE também elevou suas projeções de inflação para este ano e o próximo, mas reduziu a estimativa de crescimento para 2018, disse o presidente do banco, Mario Draghi, em entrevista coletiva nesta quinta-feira.

O BCE, que visa a inflação abaixo de 2%, vê o crescimento dos preços em 1,7% neste ano e também em 2019 e 2020.

Com os preços do petróleo em alta de mais de 60% desde o ano passado e o euro abaixo das máximas recentes contra o dólar, a inflação de importados tem aumentado, chegando aos preços aos consumidores e impulsionando a inflação ao longo do tempo.

As preocupações com o protecionismo e a turbulência em várias economias importantes pesaram sobre o crescimento, forçando o BCE a reduzir suas previsões de expansão.

O crescimento econômico neste ano está previsto agora em 2,1%, contra uma previsão anterior de 2,4%.

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