Cinco meses após IPO, PagSeguro lança nova oferta de ações em NY

Com nova emissão, empresa de pagamentos poderá levantar até US$ 1,1 bilhão

Fachada do prédio da Bolsa de Nova York no dia do IPO da PagSeguro
Fachada do prédio da Bolsa de Nova York no dia do IPO da PagSeguro - Érika Garrido - 24.jan.2018/Folhapress
Danielle Brant
Nova York

Cinco meses após fazer o maior IPO [oferta pública inicial de ações] de uma empresa brasileira nos Estados Unidos, o PagSeguro —sistema de pagamentos de compras que pertence ao UOL, do Grupo Folha— anunciou nesta segunda-feira (18) nova emissão para levantar até US$ 1,1 bilhão (R$ 4,1 bilhões).

Segundo prospecto protocolado na SEC (Securities Exchange Commission, regulador do mercado de capitais americano), serão lançadas 33 milhões de ações, sendo 11,55 milhões de papéis novos e 21,45 milhões de ações detidas pelo UOL, em uma oferta secundária.

O preço estimado por cada papel é de US$ 33,35 —nesta segunda, fechou a US$ 32,10. Com isso, o PagSeguro poderá levantar até US$ 1,1 bilhão.

Segundo a agência Reuters, Goldman Sachs e o Morgan Stanley consultaram o mercado nesta segunda-feira sobre a oferta. Serão três dias de apresentação da proposta a investidores —período superior aos dois dias exigidos pelas regras da SEC para empresas que estão listadas há menos de um ano.

No primeiro trimestre, o PagSeguro teve lucro líquido de R$ 148,5 milhões, ante R$ 60,6 milhões no mesmo período do ano passado. 

A receita da empresa até março somou R$ 928 milhões, contra R$ 448,5 milhões no primeiro trimestre de 2017.

O prospecto indica que os recursos levantados serão investidos em novas tecnologias para dar suporte à rede de pagamentos digitais.

Após o negócio, a participação do UOL no negócio cairia para 52,2%. Mas a empresa manterá 91,6% dos papéis com direito a voto.

Na estreia na Bolsa de Nova York, em 24 de janeiro deste ano, as ações da PagSeguro dispararam 36%.

A oferta levantou pelo menos US$ 2,3 bilhões (R$ 7,3 bilhões, na cotação desta quarta-feira). Foi a maior realizada por um grupo estrangeiro em Wall Street desde o gigante chinês do comércio online Alibaba, que levantou US$ 25 bilhões (cerca de R$ 79 bilhões) em 2014.

Entre os grupos latino-americanos, foi a maior oferta desde os US$ 4 bilhões (R$ 15 bilhões no câmbio atual) da divisão mexicana do Santander, em 2012.

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