CVM acusa irmãos Batista de conflito de interesses na J&F

Rio de Janeiro

Em processo aberto no dia 26 de abril, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) acusa os irmãos Joesley e Wesley Batista de conflito de interesses ao votar, como acionistas, pela aprovação do balanço de 2016 da companhia, na qual atuavam como administradores.

A acusação ressalta que, durante a assembleia em que aprovou as contas, os irmãos já tinham conhecimento de condutas ilícitas na gestão da J&F, uma das controladoras da JBS, que menos de um mês depois viriam à tona em colaboração premiada.

O processo sobre conflito de interesses, tornado público no dia 4 de junho, se junta a uma lista de oito investigações, três processos e dois inquéritos da CVM envolvendo os irmãos Joesley e Wesley Batista.
Ao contrário destes, porém, não tem relação direta com o processo de colaboração premiada assinado com o Ministério Público Federal.

Nesse caso, a CVM acusa os irmãos Batista de infringir artigo da Lei das Sociedades Anônimas que restringe o voto de administradores que são acionistas de uma companhia em temas que podem representar conflito de interesses.

A assembleia para aprovação das contas de 2016 da JBS ocorreu no dia 28 de abril de 2017. 
Controlada pela J&F Investimentos, empresa de participações dos irmãos Batista, a FB Participações votou favoravelmente à aprovação.

Na época, Joesley era presidente do conselho de administração da JBS e Wesley, vice-presidente do conselho e diretor-presidente da companhia. 

Para a acusação, deveriam se abster de votar na condição de acionistas da empresa.

Em sua defesa, Joesley e Wesley Batista disseram à CVM que o voto da FB não foi determinante para a aprovação das contas e que sua controladora, a J&F Investimentos é um grupo com participação em outras empresas e atua de forma autônoma.

Procurados, os controladores da JBS não comentaram o processo da CVM. 
 

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.